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Coluna Vitor Vogas

Contarato passou no vestibular e está fazendo Filosofia na Ufes

E mais: Erick Musso vai a Tarcísio em São Paulo; sessões híbridas na Assembleia às quartas; pai de vereador Armandinho reassume cargo no Legislativo

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O senador Fabiano Contarato. Foto: Vinicius Arruda

O senador Fabiano Contarato. Foto: Vinicius Arruda

O senador Fabiano Contarato (PT), acreditem, passou no vestibular e, há cerca de um mês, está fazendo o curso de Filosofia na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Para ingressar na nova graduação, ele seguiu o caminho convencional de todo vestibulando: prestou o Enem em novembro, inscreveu-se no Sisu em fevereiro e foi aprovado e chamado a preencher uma vaga no curso escolhido, como ele mesmo confirma, entusiasticamente: “Sim! Era o curso que sempre sonhei fazer”.

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Para surpresa de muitos alunos e profissionais da Ufes, Contarato tem sido mesmo visto, com mochila nas costas e tudo, nos corredores dos ICs (prédios do Centro de Ciências Humanas e Naturais – CCHN), sempre à noite, pois matriculou-se no curso noturno. Para os calouros como ele, a matrícula nas disciplinas foi feita de forma automática. O semestre letivo começou no dia 18 de abril.

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Mas, se já deve ser difícil conciliar os estudos com o mandato no Senado (há sessões parlamentares em Brasília de terça a quinta, e Filosofia é um dos cursos que exige o maior volume de leituras), o que dizer durante o período eleitoral, se ele mantiver, de fato, a candidatura a governador do Estado?

As aulas do atual semestre terminarão em meados de agosto, justamente quando se iniciará o período oficial de campanha. O semestre seguinte (2022/2) começará logo em seguida, em setembro, no auge da campanha. O intervalo entre semestres será curto devido ao calendário extraordinário, que busca recuperar o tempo perdido durante a paralisação forçada pela pandemia.

Por isso, o entusiasmo de Contarato arrefece quando lhe perguntamos se acredita que será possível conciliar os estudos com a vida de senador e de candidato. Aí ele reconhece que dificilmente conseguirá seguir no curso:

“Acho que, infelizmente, não vou conseguir conciliar.  Queria muito, mas… não vai dar! Farei em outra oportunidade. Vou estudar em casa por conta própria. Gosto das leituras, mas prefiro fazer no meu tempo.”

Ele pode trancar a matrícula ou simplesmente, após determinado prazo, ser desligado por “abandono de estudos” (jubilado).

De volta aos bancos acadêmicos como aluno, o senador foi professor por muitos anos em faculdades de Direito, lecionando sua especialidade: Direito Constitucional.

Erick vai a Tarcísio

O presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, pré-candidato ao governo do Espírito Santo, esteve em São Paulo, nesta terça-feira (17), para uma reunião com o ex-ministro de Infraestrutura do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e também pré-candidato ao governo paulista, Tarcísio de Freitas. Erick foi pedir o apoio político e técnico de Tarcísio à sua candidatura ao Palácio Anchieta.

Em março, Tarcísio filiou-se ao Republicanos, partido de Erick Musso. Além de aposta de Bolsonaro para governar o maior estado do país, ele é um dos grandes queridinhos do bolsonarismo – até porque, a bem da verdade, era um dos pouquíssimos ministros realmente competentes e resolutivos na equipe do atual presidente, com perfil muito mais técnico que ideológico/lunático/criador de conflitos gratuitos e polêmicas paralisantes.

Invadindo domínios

“Invadindo” o território em que até então reinava sozinho o ex-deputado Carlos Manato (PL), Erick também tem buscado consolidar-se como candidato bolsonarista no Espírito Santo. Além de o Republicanos estar na base do presidente e ter filiado Tarcísio, Damares Alves e Hamilton Mourão, Erick admitiu à coluna que pretende apoiar a reeleição de Bolsonaro e tem se declarado “conservador nos costumes, mas liberal na economia”. No Espírito Santo, ele e seus aliados têm anunciado o Republicanos como “o verdadeiro partido conservador do Brasil”.

Mais projetos do governo aprovados

Em meio ao fogo cruzado entre o governo Casagrande e o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), a Assembleia Legislativa aprovou nesta terça (17) mais três projetos de autoria do Palácio Anchieta: reestruturação de colegiado da Receita Estadual, diminuição de multa para produtores rurais e doação de imóvel em Domingos Martins.

Sessões híbridas às quartas

Na segunda-feira (16), o plenário aprovou o retorno das sessões no modelo híbrido (presencial e a distância), mas somente nas manhãs de quarta-feira.

Pandemia?

Não. Eleições se aproximando.

Pai de Armandinho de volta

O servidor Armando Fontoura Borges, que havia sido exonerado na última sexta-feira (13) por Erick Musso, foi renomeado pelo presidente da Assembleia para o cargo comissionado de supervisor de Interlegis, ligado à Secretaria da Casa. A edição desta terça-feira (17) do Diário do Poder Legislativo (DPL) trouxe o ato do presidente, “tornando insubsistente” (isto é, anulando) a exoneração.

Armando Fontoura é pai do vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos), aliado de Erick e de Pazolini. Ele havia sido exonerado na última sexta numa barca com outros 11 comissionados indicados por Alexandre Xambinho (PSC). O deputado foi retaliado por Erick por ter aparecido publicamente ao lado de Casagrande na véspera, em sua “prestação de contas” na Serra, trocando elogios com o governador.

Os outros onze comissionados de Xambinho não foram nomeados de volta, pelo menos não na edição desta terça. A expectativa na Assembleia é que Erick os traga todos de volta, mas aos poucos.

O vereador Armandinho afirmou à coluna que seu pai tem perfil técnico.

Sobrou para indicado por Adilson

Também na edição do DPL da última sexta-feira, Erick Musso exonerou um servidor comissionado chamado Jomas Barbosa de Oliveira, indicado na verdade pelo deputado Adilson Espindula (PDT). Assim como Xambinho, Adilson apoia Erick internamente e votou na reeleição do presidente no ano passado, mas é integrante da base do governo Casagrande.

Tenha sido apenas um engano, tenha sido por qualquer outro motivo, o fato é que a exoneração de Jomas também foi revertida: na edição desta terça, Erick renomeou o servidor para o cargo de assessor sênior da Secretaria da Assembleia Legislativa.

Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: [email protected]

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