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Coluna Vitor Vogas

Casagrande anuncia nesta segunda que é pré-candidato à reeleição

Por estratégia, governador adiou a confirmação oficial o quanto pôde, mas agora tem decisões inadiáveis a tomar, que só podem ser tomadas na condição de pré-candidato. Saiba o que está em jogo

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Casagrande anunciará que será candidato à reeleição. Foto: Divulgação/Governo do ES

Chega de suspense. O governador Renato Casagrande (PSB) enfim anunciará, na tarde desta segunda-feira (11), a sua pré-candidatura à reeleição. Esperado por todos os habitantes do mundo político capixaba, o anúncio será feito durante coletiva de imprensa, marcada para as 15 horas, em um hotel da Enseada do Suá.

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O anúncio propriamente dito é o cumprimento quase protocolar de uma etapa do processo eleitoral. Ninguém jamais duvidou da determinação de Casagrande em disputar a reeleição. Mas, por estratégia eleitoral, o governador adiou o quanto pôde essa confirmação oficial. No fim de junho, chegou a brincar com a imprensa que, se pudesse, jogaria para agosto a “decisão” – a qual, na verdade, já está tomada há muito tempo.

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Nos últimos meses, sempre que indagado sobre o tema, Casagrande respondia que sua decisão seria anunciada na primeira quinzena de julho, previsão que agora se concretiza. O governador também sempre afirmou que o “projeto” ou “movimento político” liderado por ele no Estado teria um representante na eleição ao Palácio Anchieta, evitando, porém, assumir-se como esse representante, pelo menos até esta segunda-feira.

Por que demorou tanto?

Do ponto de vista estratégico, o adiamento até aqui fez sentido. Ao não se expor publicamente como postulante à reeleição, Casagrande evitava antecipar a “inauguração” da campanha eleitoral – quanto mais curta essa disputa aberta, melhor para ele, visto que já está no cargo e desponta como favorito em pesquisas de intenção de voto publicadas na imprensa capixaba.

Além disso, ao não se assumir como candidato, Casagrande poupou-se do desgaste de sofrer críticas ainda maiores dos seus adversários eleitorais. E ainda pôde dedicar-se nos últimos meses a uma maratona de eventos públicos do governo, para entregas e assinaturas de ordem de serviço em todas as regiões do Estado.

Sem se declarar pré-candidato, ele pôde atenuar um pouco o evidente viés eleitoral dessa bateria de agendas positivas. Na prática, foi uma pré-campanha em ritmo alucinante, mas sem carregar o peso de uma pré-campanha explícita. Para todos os efeitos, não era o pré-candidato agindo com interesses eleitorais, mas apenas o governador agindo em nome do interesse público.

Assim, adiar ao máximo a confirmação oficial de um passo óbvio obedeceu a uma estratégia de autopreservação.

Mas agora não era mais possível postergá-la.

Por que fazer o anúncio agora?

O tempo que nos separa do início da campanha oficial é relativamente curto e, até lá, o governador tem decisões importantes a tomar. Decisões que só podem ser tomadas na condição de pré-candidato. Algumas delas, as mais urgentes, dizem respeito ao fechamento de sua coligação (quais partidos, além do PSB, apoiarão a sua candidatura?) e à definição dos seus companheiros de chapa. Nesse último tópico, é preciso responder a duas perguntas fundamentais:

1) Quem será o/a candidato/a ao Senado que terá o apoio de Casagrande?

2) Quem será seu candidato a vice-governador?

No caso da amarração final da coligação, o governador já conta com o apoio de partidos como o PDT, o Podemos e o PP. Na sua alça de mira, também estão o MDB e a federação do PSDB com o Cidadania. Ele também trabalha para atrair o PT, que integra uma federação com o PCdoB e o PV.

Mas, se “ficar de bobeira”, Casagrande pode ver partidos aliados que já eram dados como certos acorrerem para a coligação de potenciais concorrentes eleitorais.

Aliança com o PT a um passo

Essa aliança com os petistas está bem encaminhada e tende a ser sacramentada nos próximos dias. Para amanhã, está marcada uma reunião entre dirigentes estaduais dos dois partidos, como confirma o presidente do PSB no Espírito Santo, Alberto Gavini.

Cotados para o Senado

Para o Senado, no grupo de aliados de Casagrande, há duas pré-candidaturas declaradas: a da senadora Rose de Freitas (MDB) e a do ex-secretário estadual de Segurança Pública Alexandre Ramalho (Podemos). Correndo por fora, sem admitir essa pretensão, o deputado federal Josias da Vitória (PP) também é cotado.

Cotados para vice

Para a posição de vice, existe no Palácio Anchieta favoritismo para o ex-senador Ricardo Ferraço (PSDB), mas outros nomes também são especulados, como Marcus Vicente (PP), Gilson Daniel (Podemos), Léo de Castro (PSDB) e até Ramalho e Da Vitória.

PT e PSDB/Cidadania

Como se não bastasse, o PT também está prestes a embarcar nessa coligação, mas para isso reivindica espaço na chapa majoritária de Casagrande (senador ou vice). Espaço semelhante é pleiteado pela federação PSDB/Cidadania, que, na semana passada, chegou a colocar esse fator no papel como condição para escolher o candidato ao governo que terá o apoio desses dois partidos.

Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: [email protected]

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