Coluna André Andrès
Bastidores do Masterchef: troféu ‘capixaba’ premia diversidade
Os detalhes sobre a simpatia do ‘mau humorado’ Eric Jacquin, a disputa entre torcidas e o troféu produzido pela designer Ana Paula Castro
Público em clima de torcida de futebol. Tensão. Expectativa. E uma explosão de euforia, resultante da mistura de alegria, surpresa e alívio por ter encerrado de forma vitoriosa uma trajetória tão difícil quanto extensa. A grande final do MasterChef amadores, principal reality show de gastronomia do país, teve todos os ingredientes da fase decisiva de uma competição bem disputada, coroada com um toque capixaba: o novo troféu do programa foi idealizado por Ana Paula Castro, designer de Vitória, com trabalho reconhecido tanto no país quanto no exterior. A peça, uma releitura em aço tendo como base aquela feita em acrílico, entregue aos campeões nos anos anteriores, foi oferecida pela Arcelor-Mittal, uma das patrocinadoras do programa. “São várias lâminas de aço cortadas sem perder a estrutura. É como se o aço tivesse sido moldado para receber a logo MasterChef Brasil”, explicou a artista. Foi um acerto. Várias pessoas aproveitaram um intervalo do programa para tirar fotos com o novo troféu.
A empresa, aliás, também montou a estrutura, igualmente em aço, para o espaço mais animado da final, uma espécie de arquibancada ocupada pelos torcedores de Wilton e Ana Carolina, os dois finalistas da décima edição do programa. Todos os participantes do programa, os jurados, a apresentadora Ana Paula Padrão passaram por um tapete vermelho, estendido diante desse público, para chegar ao estúdio onde aconteceria o programa. Mais festejado do trio de chefs por conta de seu mau humor folclórico, Eric Jacquin parava a todo tempo para atender pedidos de selfie. O mau humor dava lugar ao seu jeito bonachão. Jacquin foi fazer foto mesmo quando estava ao vivo, deixando Ana Paula esperando para entrevistá-lo. “Muito bom. Ao vivo é muito melhorrr!”, dizia o tempo todo, com seu sotaque carregado, lembrando o fato de o programa ter ficado sem público até este ano, ainda como reflexo da pandemia.
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Briga de torcida
Talvez antevendo o resultado, talvez por ser em maior número, a torcida de Ana Carolina, 33 anos, do Grajaú, na periferia paulistana, era bem mais barulhenta. Os torcedores de Wilton,24 anos, nascido na distante Mantenópolis, no interior paulista, era bem mais discreta. Os registros feitos antes de o programa começar foram zerados quando Ana Paula Padrão iniciou a transmissão. Determinação da Endemol, detentora internacional dos direitos do programa. O receio era o vazamento de imagens capazes de revelar detalhes dos bastidores ou mesmo antecipar o resultado.
O programa foi híbrido. A gravação da prova final, com tempo rigoroso para elaboração de uma entrada, prato principal e sobremesa, foi feita dias antes. O anúncio do vencedor seria ao vivo, com a presença, no estúdio, de todos os participantes dessa edição do programa, definido como “icônico” várias vezes por Ana Paula e pelos jurados. A definição estava ligada ao perfil dos finalistas. Ana Carolina é uma “perfuradora corporal”, mãe de Ravi, de seis anos, e moradora de um dos bairros mais distantes do centro da Capital paulista. Como se repetiu várias vezes, ela é “da quebrada”, a gíria paulistana para falar de locais periféricos. Wilton é negro e um “representante da comunidade LGBTQIA+”, como ele mesmo se definiu. A vitória, portanto, não seria apenas de quem participou, mas da diversidade.
Suspense
Antes do anúncio do vencedor, o programa teve a entrada repentina de Henrique Fogaça, anunciando seu retorno no MasterChef Profissionais, o agradecimento e a despedida, em lágrimas, de Rodrigo Oliveira, chef do espetacular Mocotó, e muito suspense. Suspense acompanhado com atenção pelos espectadores, muitos ainda com suspeitas se os finalistas realmente estavam sem saber quem venceu. Essa suspeita se dissipou com o grito de euforia, genuína e aboluta, dado por Ana Carolina. A partir dali, o estúdio se transformou em festa total. Já passava de 1h30 de quarta-feira quando muitos ainda aproveitavam o contato com chefs e participantes para tirar mais uma selfie, inclusive com o troféu do campeão. Jacquin continuava sendo o mais solicitado para as fotos. E também era o mais brincalhão. “Estou com fome!”, falou, indo em busca de algo para comer. Em vão, porque o coquetel servido antes do programa já tinha acabado. “Lá fora tem um ‘podrón'”, brincou um produtor. Mas nem isso tinha mais.
Entre as mais animadas com o contato com o “mundo da TV” e todas as suas estrelas estava Daniela de Oliveira. Ela foi vencedora de uma espécie de MasterChef interno promovido pela Arcelor. Junto com mais cinco funcionários, foi convidada a ver a final. No dia seguinte, antes de voltar para Juiz de Fora, em Minas, onde trabalha, definiu a sucessão de emoções vivida na noite da Band. “Adorei tudo. Mas quero voltar logo para minha área de trabalho. Essa vida de TV é linda. Mas cansa…”
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