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A nova economia: era pós-covid
- Por Luana Nandorf
Nada na economia é permanente! Das formas mais poéticas, como de Chaplin: “Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre”, às mais diretas e racionais, como do filósofo Heráclito: “Nada é permanente, exceto a mudança”, o mundo desde que é mundo vem nos mostrando que não adianta: a mudança sempre vai chegar, nem que seja para nos fazer levantar e tentar fugir dela.
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Não importa qual seja sua área e quão isolado na sua propriedade rural ou inserido em uma metrópole você está, algo mudou no seu último ano e o causador foi a tão temida covid-19. Empresas fecharam, empresas abriram, pessoas tiveram suas carteiras de trabalho assinadas, seja para terminar ou começar um novo ciclo. Alguns ganharam mais, outros perderam, e tem gente que ainda nem fez seu balanço.
A pergunta que todos nós fizemos pelo menos uma vez nisso tudo foi: “o que esperar da era pós-covid?”. A economia, que há algum tempo demonstrava indícios de estabilidade, viu-se transtornada por um vírus de incríveis 25 nanômetros de diâmetro. Mas como nada disso pode ser mudado, o que nos resta é perceber o que tem sido feito e o que temos a fazer com essa nova realidade mundial.
Vimos, nesse curto período, economias fortes se preocuparem, governos perderem a mão e a cabeça. O Fundo Monetário Internacional, cada vez menos otimista, afirmou sobre a América Latina que “O produto da região voltará aos níveis pré-pandêmicos apenas em 2023, e o PIB per capita em 2025, ou seja, mais tarde do que outras regiões do mundo” (isto é dinheiro). Bem, e diante disso, vale a reflexão: o que nós estamos fazendo?
Vejo, sim, muitas pessoas pensando em sair da caixa, mas tantas ainda simplesmente esperando o governo “arregaçar as mangas” e cuidar de todos os problemas do povo. O que mais me impressiona é saber que até hoje, mesmo sem a covid, sempre que isso acontece nós pagamos a conta e ainda esperamos que a solução venha por meio da intervenção do Estado. Ver uma população que não se preocupa em ter poupança e uma reserva de emergência ou que espera totalmente pelo assistencialismo governamental é desesperador, sabendo que, no fim, pagaremos todos a conta.
Misses, em seu livro “As seis lições”, lembra que o governo pode e deve intervir em um momento de crise, mas que o papel do Estado é proteger cada indivíduo e a propriedade privada contra agressões. E não é isso que temos visto: linhas de crédito subsidiadas pelo governo, interferência em preços, formas de redução da liberdade para o indivíduo produzir sua renda, algo garantido pela própria constituição dentro do direito à dignidade.
O que quero chamar atenção não é para o que foi necessário ser feito nesta pandemia, e sim para onde estamos caminhando. Enquanto não dermos ao capitalismo seu merecido lugar como também provedor de saúde, muitos empresários continuarão não tendo segurança a se dedicar, a contratar, a investir, a manter. Muitos assalariados preferirão viver sob as asas protetoras que lhes é dada, ao invés de se dedicarem mais. E o governo, que desde sempre luta pelo poder, continuará com a mesma sede, pois ela tem sido saciada.
Nós pagamos a conta por tudo que cobramos do Estado, é fato. Essa conta está ficando mais alta. Quais mudanças, além de nossas raízes profundas a favor do intervencionismo governamental, podem evoluir nosso país? Ao meu ver: nenhuma. “Tolice é fazer as coisas sempre do mesmo jeito e esperar resultados diferentes” (autor desconhecido).
Sobre o autor
Luana Nandorf é bacharel em Ciências Contábeis e especializada em Gestão Empresarial e de Negócios. Atualmente é Gerente de Relacionamento do Sicoob e voluntária na área de Educação Financeira pelo Instituto Sicoob.
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