De Pablo a Pablo: campanha de Muribeca usa símbolo de Marçal

O deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos) foi proibido pela Justiça Eleitoral de usar imagens de Jair Bolsonaro (PL) em sua campanha a prefeito da Serra. O juiz eleitoral da comarca tomou a decisão a partir de uma provocação do candidato a prefeito pelo PL, o vereador Igor Elson. Mas justiça seja feita: não era propriamente a campanha do próprio Muribeca que vinha se valendo desse recurso, e sim a do radialista Max Pitangui (PRD).

Aliado do deputado e candidato a vereador da Serra, Pitangui estava usando material e fazendo posts com montagens de fotografias dele mesmo com Bolsonaro e com Muribeca. A Justiça Eleitoral barrou isso, e Muribeca foi atingido pela decisão, meio incidentalmente.

Na verdade, em um nível muito mais subliminar, a associação que os marqueteiros de Muribeca têm buscado não é com Bolsonaro, mas com a nova vedete do populismo de direita no Brasil: o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo, por acaso homônimo de Muribeca.

A propaganda eleitoral do deputado da Serra nas ruas, no rádio e nas redes sociais tem por mote a ideia de mudança, para contrapor Muribeca aos seus dois principais adversários nas urnas: o ex-prefeito Audifax Barcelos (PP), que já governou a cidade por três mandatos, e Weverson Meireles (PDT), candidato apoiado pelo prefeito Sergio Vidigal (PDT), que está prestes a encerrar o seu quarto mandato no cargo.

O jingle de Pablo (o da Serra) repete, no imperativo: “Faz o M da mudança!” E, o que é mais importante, o refrão é sempre acompanhado pelo mesmo gesto que virou a marca visual da campanha de Pablo Marçal em São Paulo: Muribeca faz um “M” com a mão, apontando para baixo os dedos indicador, médio e anelar. E leva as pessoas nas ruas a lhe imitar o gesto.

Só falta agora o efeito virar ao contrário, e Pablo Marçal, lá em São Paulo, começar a usar o indefectível chapelão de Muribeca no lugar do boné com a letra M.

Luiz Paulo vira a chave e sobe o tom contra Pazolini

Após passar os primeiros dez dias de horário eleitoral gratuito concentrando-se na (re)apresentação do candidato ao eleitorado de Vitória, a campanha de Luiz Paulo (PSDB) virou a chave. Desde a última segunda-feira (9), tem adotado um tom bem mais crítico em relação ao prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos).

No programa de TV exibido no início desta semana, o ex-prefeito abordou o tema da violência urbana, dando ênfase à sensação de insegurança na capital. Luiz Paulo recuperou uma fala do próprio Pazolini em uma de seus programas de TV em sua campanha vitoriosa a prefeito, em 2020: “Infelizmente, Vitória está passando por um dos períodos mais violentos de sua história recente”, constatou o então deputado estadual.

Ato contínuo, Luiz Paulo repetiu as mesmas palavras de Pazolini, para sublinhar a inalteração do quadro e a atualidade daquela fala ainda hoje, passados quatro anos desde a última eleição municipal. E completou: “Resultado de erros de estratégia e de gestão”.

O candidato do PSDB ainda disparou: “Quem disse que ia resolver o problema da violência no gabinete de prefeito interrompeu o diálogo com o Governo do Estado e não cumpriu a promessa. Não se resolve um problema tão complexo sozinho. Isso só existe em filme de super-herói”.

Meneguelli declara apoio a Zé Preto em Guarapari

Na última segunda-feira (9), o deputado estadual Sergio Meneguelli declarou apoio a Zé Preto (PP) para a Prefeitura de Guarapari. A declaração foi feita pelo colatinense em um vídeo no qual ele aparece entre Zé Preto e outro colega de plenário na Assembleia: o deputado Tyago Hoffmann (PSB), um dos principais apoiadores e articuladores de Zé Preto, candidato do Palácio Anchieta em Guarapari.

A declaração de Meneguelli chama a atenção porque o principal concorrente de Zé Preto é o vereador Rodrigo Borges, filiado ao Republicanos, que vem a ser, também, o partido de Meneguelli. Borges e Zé Preto têm polarizado a disputa em Guarapari. Assim, o deputado de Colatina está apoiando ninguém menos que o maior adversário do candidato do seu próprio partido.

Por outro lado, a posição de Meneguelli não chega a causar espanto, por duas razões.

Primeiramente, porque o deputado, em sua longa trajetória política, nunca ficou muito preso a partidos nem ao princípio da fidelidade partidária. Sempre agiu e se movimentou politicamente de maneira mais individual, como se fosse um “outsider dentro da política”. Isso desde os tempos de vereador de Colatina.

Em segundo lugar, porque o deputado não tem mesmo lá grandes motivos para mostrar lealdade partidária ao Republicanos. Em 2022, quando quis ser candidato a senador, teve o tapete puxado pelos dirigentes do próprio partido e precisou se contentar a pleitear um mandato na Assembleia, disputa na qual bateu o recorde de votação no Espírito Santo.

Em entrevista à coluna logo após ser diplomado pelo TRE-ES, no fim de 2022, Meneguelli chegou a dizer que se sentia como um “estranho no ninho” no Republicanos e que, se pudesse, sairia do partido.

Em Colatina, ele é o vice-presidente municipal da sigla, mas não tem voz de comando. A presidência é do empresário Pergentino Júnior, pai do ex-deputado Renzo Vasconcelos (PSD), agora candidato a prefeito da cidade.

O Republicanos, aliás, apoia Renzo. Meneguelli ainda não manifestou apoio a ninguém em Colatina.

Babá e Casteglione também recebem e exibem fala de apoio de Lula

A coluna registrou, nesta quarta-feira (11), que o presidente Lula gravou falas de apoio eleitoral a João Coser, Célia Tavares e Professor Roberto Carlos, candidatos do PT às prefeituras de Vitória, Cariacica e Serra, respectivamente.

Mas eles não foram os únicos a receber esse reforço do maior líder do partido do país.

Lula também gravou para os candidatos do PT à Prefeitura de Vila Velha, João Batista Babá, e à de Cachoeiro de Itapemirim, Carlos Casteglione.

A campanha de Casteglione já começou a usar a fala de Lula em sua propaganda eleitoral no rádio e na TV em Cachoeiro.

A de Babá publicou a gravação do presidente da República no Instagram do candidato, no dia 30 de agosto, além de fotos com ele. Em breve, deve começar a exibi-la na propaganda de rádio e TV em Vila Velha.

O texto de Lula segue um padrão: a introdução é a mesma para todos os candidatos do PT às prefeituras das cidades mais importantes do país. No final, após um corte na edição, ele pede voto ao aliado, mudando apenas o nome do município e o do respectivo candidato:

“Estamos colocando o Brasil na direção de um futuro melhor para todos, trazendo de volta programas como Farmácia Popular e o Mais Médicos, criando empregos, cuidando das pessoas. A gente sabe que ninguém governa sozinho. Precisamos estar juntos, trabalhando para mudar a sua vida e a da sua família. Agora, é hora de votar em quem vai nos ajudar a colocar a sua cidade no rumo certo. Em [nome da cidade], vote em [nome do/a candidato/a]”.

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