Coluna Inovação
Startup trabalha na detecção de toxinas em alimentos
Evandro Milet recebe no estúdio da BandNews FM ES, a fundadora e diretora da Nano Smart, Luiza Respi, para falar sobre o trabalho no setor alimentar com a nanotecnologia
Na coluna Inovação desta terça-feria (08) na BandNews FM Espírito Santo, Evandro Milet recebe a fundadora e diretora da Nano Smart, Luiza Respi, que explica como a nanotecnologia está revolucionando o controle de qualidade de alimentos no Brasil.
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A empresa utiliza biossensores para detectar a presença de ocratoxina A, uma toxina comum em grãos de café contaminados por fungos. “Grande parte do café que consumimos está contaminado por essa toxina, que é prejudicial à saúde”, ressaltou Luiza.
A nanotecnologia trabalha com materiais em escala nanométrica, invisíveis a olho nu, e oferece vantagens em diversas áreas, como a segurança alimentar. A Nano Smart, por exemplo, desenvolveu um teste rápido, semelhante ao teste de gravidez, que indica a presença de ocratoxina A no café. “Nosso biossensor é mais barato e oferece resultados em tempo real, enquanto análises laboratoriais podem levar até sete dias”, explicou Luiza.
Nanotecnologia para segurança alimentar
A utilização da nanotecnologia na segurança de alimentos surgiu como resposta à alta contaminação por ocratoxina no café brasileiro. Segundo Luiza, 80% do café consumido no Brasil apresenta essa toxina, que pode causar doenças graves como câncer e problemas renais. Apesar da gravidade da contaminação, muitas empresas não realizam a triagem necessária devido ao alto custo das análises. Foi nessa lacuna que a Nano Smart encontrou uma oportunidade de atuação.
Com base em sua expertise em nanotecnologia e biossensores, a startup desenvolveu uma solução acessível. “Nosso teste rápido oferece uma alternativa eficiente e acessível para a triagem de café contaminado. Além disso, ele permite uma ação imediata, como a diluição do produto para atender os padrões legais de segurança alimentar”, afirmou a fundadora.
Expansão da nanotecnologia para outros setores
Apesar do foco inicial no café, a Nano Smart não se limita à segurança alimentar. A empresa já está desenvolvendo biossensores para outras toxinas presentes em diferentes alimentos, como uvas passas, soja e amendoim. “Temos um mercado de atuação muito amplo, com potencial de aplicar essa tecnologia em vários alimentos”, comentou Luiza.
Além disso, a empresa está expandindo para detectar substâncias nocivas em setores como o vinícola e o de laticínios. A nanotecnologia também pode ser utilizada em testes rápidos para outras áreas, como saúde, já que a equipe da Nano Smart possui experiência com testes rápidos para Covid-19.
Desafios e perspectivas
No entanto, Luiza destacou que a adoção da tecnologia enfrenta barreiras no Brasil, especialmente pela falta de rigor na legislação e pela falta de conscientização dos consumidores. “Muitas empresas não compram nossa tecnologia porque a legislação ainda é branda e os consumidores não têm conhecimento sobre a contaminação”, disse.
Apesar desses desafios, a Nano Smart está colaborando com o Ministério da Agricultura para tornar a fiscalização mais eficiente e rigorosa. Recentemente, o órgão visitou a empresa para discutir a implementação dos testes rápidos nas inspeções de alimentos, o que pode fortalecer a segurança alimentar no Brasil.
Ao final da entrevista, Luiza reforçou a importância da nanotecnologia para a qualidade de vida. “A nanotecnologia é vida. Precisamos garantir que os alimentos que consumimos sejam seguros, e estamos aqui para oferecer essa segurança”, concluiu.
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