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Coluna Inovação | A síndrome de James Bond

Mais recentemente, na época da pandemia, com todo mundo trancado em casa, o ambiente ficou ótimo para histórias fantásticas

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Histórias de James Bond guardam semelhanças com algumas da vida real. Foto: Reprodução

Histórias de James Bond guardam semelhanças com algumas da vida real. Foto: Reprodução

As histórias de James Bond são notáveis por seus vilões fazendo planos megalomaníacos que ameaçam dominar o mundo com ações espetaculares e sempre exigem que o agente 007 apareça para detê-los.

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As histórias guardam semelhança com fantásticas teorias da conspiração que explicam um evento como sendo resultado de um plano secreto armado por conspiradores poderosos. Muitos eventos são ótimos para essas teorias como as do pouso na lua, que teria sido uma encenação de propaganda americana e das torres gêmeas, pretensamente obra diabólica dos próprios americanos para justificar invasões de países árabes. O assassinato de Kennedy é típico. A conspiração passa por russos, cubanos, Máfia, racistas do sul, CIA e FBI. Dizem que havia mais de um atirador e que a autópsia foi forjada, entre outras variações da história. As mortes do Papa João Paulo I, de Getúlio, da princesa Diana e de PC Farias também têm suas teorias conspiratórias.

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Outra teoria antiga, mas desmoralizada nos tempos atuais, dizia que as grandes empresas de petróleo não deixavam que se desenvolvessem carros elétricos, movidos a hidrogênio ou até à água ou a moto-contínuos, como de vez em quando aparecem por aí. Teorias da conspiração tomam a Amazônia do Brasil ou movimentam a 4ª frota americana para nos tirar o pré-sal. E claro, a CIA está envolvida – sempre ela. Não que os americanos, nem a CIA, sejam santos em geopolítica, mas eles agora têm outros meios para conseguir o que querem e há novos vilões na parada.

Mais recentemente, na época da pandemia, com todo mundo trancado em casa, o ambiente ficou ótimo para histórias fantásticas. O vírus da Covid teria sido disseminado pela China para dominar o mundo, a quase totalidade dos cientistas do mundo teriam sido subornados pelas indústrias farmacêuticas para aprovar a vacina e negar a eficácia da cloroquina e da ivermectina. Outra fantástica história nega a emergência climática aceita pela vasta maioria dos cientistas e por mais de 190 países reunidos nas várias COPs que acontecem anualmente. Sempre há um médico que acha que é cientista e um climatologista amador brandindo dados e argumentos alternativos.

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Outra teoria que evoluiu na pandemia, mas tem perdido força é a NOM-Nova Ordem Mundial que se refere a uma teoria conspiratória de que, supostamente, certas elites políticas e governos planejam a implantação de um governo mundial totalitário. Nessa teoria, uma poderosa organização secreta estaria conspirando para governar o mundo por meio de um governo mundial autoritário — que iria substituir os Estados-nação soberanos.

A realidade é menos espetacular. Apenas a resultante de um conjunto de forças que se contrapõem: ideologia, geopolítica, interesses das grandes empresas, mercado financeiro, mercado de armamentos, petróleo, posicionamento de líderes, religião, grupos radicais, movimentos sociais, tecnologia, bigtechs e eleitores.

Grandes movimentos sísmicos modificam sempre o panorama como um caleidoscópio que vai mudando de posição com o tempo: guerras, queda no muro de Berlim, criação da Opep, torres gêmeas, China capitalista, big techs. Novas forças sempre aparecem para confrontar as que surgem. Afirmar que existe uma grande força maligna organizada secretamente para controlar o mundo é muito delirante.

Muita gente de fato gostaria de dominar o mundo por ideologia, religião, grana ou poder, mas felizmente James Bond sempre vence.


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Evandro Milet

Evandro Milet é consultor, palestrante e articulista sobre tendências e estratégias para negócios inovadores. Possui Mestrado em Informática(PUC/RJ) e MBA em Administração(FGV/RJ). É Conselheiro de Administração certificado pelo IBGC e Conselheiro do CQC Inovação do Ibef/ES. Tem extensa experiência profissional, no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Brasília, como empresário, executivo de empresas públicas e privadas, conselheiro de administração e consultor nas áreas de TI, inovação, qualidade, gestão, estratégia, empreendedorismo e meio ambiente, além de ser mentor e investidor em startups. Participa do programa EStúdio 360 Inovação na TV Capixaba e no programa Inovação na Band News FM. Co-autor do livro Vencedores pela editora Qualitymark. É atualmente Presidente do Cdmec- Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico.

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