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Coluna André Andrès

Por que há uma placa com o nome de Vila Velha em Portugal?

Turistas, peregrinos e apreciadores de vinho se deparam com uma placa de ‘Vila Velha’ incrustada em um morro no Douro. Saiba o motivo

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Foi uma surpresa. Tão curiosa quanto agradável: durante sua peregrinação pelo Caminho de Santiago de Compostela, a jornalista Andressa Missio se deparou com um letreiro incrustado nas encostas de um morro às margens do rio Douro. A apresentadora da TV Capixaba sorriu: as letras formavam o nome da cidade onde mora. Aliás, a placa chama a atenção não só por trazer o nome de Vila Velha, mas também por lembrar um projeto do prefeito Arnaldinho Borgo para criar uma atração turística no Morro do Moreno. Mas, afinal, por que aquele letreiro foi instalado ali? Qual sua relação com o município da Grande Vitória?

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Bem, para encontrar a resposta é preciso recuar um pouquinho no tempo. O Douro é a região onde nasceu e é feito o vinho do Porto. Sua produção remonta a alguns séculos e sua história está ligada ao Reino Unido, grande mercado consumidor. Por isso é comum encontrarmos muitos rótulos de vinhos do Porto com nomes ingleses. Assim como também é comum vinícolas pertencentes a famílias de origem britânica. Este é o caso da Graham’s, uma das mais conhecidas vinícolas da região e de Portugal. Ela surgiu em 1820, quando dois irmãos escoceses, William e John Graham, fundaram a empresa na cidade do Porto.

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E como Vila Velha entra nisso?

A Graham’s cresceu, sua produção se espalhou por vários espaços ao longo do Douro. Mais precisamente por quatro vinhas, cada uma batizada com um nome relacionado ao local onde esta instalada. Entre elas está a Vinha Vila Velha. A origem do nome se perde no tempo, mas ele pode estar relacionado à famosa Vila Nova de Gaia, localizada a poucos quilômetros da vinha.

A história da Graham’s foi impulsionada pela chegada do também escocês Andrew James Symington. A Quinta da Vila Velha foi adquirida por um dos descendentes de Andrew, James Symington, em 1987. Durante mais de três décadas, “James restaurou e ampliou a quinta até obter uma cuidada propriedade à beira-rio de 145 hectares, conhecida pelos seus vinhos bem estruturados e equilibrados”, diz o texto da vinicola.

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Na definição de seus proprietários, Vila Velha “situa-se na margem sul (ou esquerda) do rio Douro e bordeja o curso de água durante quase três quilómetros. A casa da propriedade está rodeada de vegetação mediterrânica – uma bela vista e extensa mata silvestre que acolhe uma rica variedade de avifauna e pequenos mamíferos”. Ou seja, as belezas de lá são diferentes das de cá, mas estão igualmente presentes, para alegria tanto de quem passeia pelo Morro do Moreno quanto de quem avista a placa de Vila Velha numa bela encosta do rio Douro…

Os vinhos da Graham’s

Graham’s Vintage Port – Vinho feito apenas em anos excepcionais. Produzido com uvas colhidas nas quatros vinhas da vinícola, incluindo Vila Velha. Conhecido por seu perfil rico e denso. As uvas são processadas através de métodos tradicionais, incluindo a pisa em lagares de granito, o que ajuda na extração de sabores e taninos. O vinho resultante apresenta notas de frutas negras e um toque de chocolate.
Preço: R$ 2.100

Graham’s Tawny 20 Anos – Este tawny é envelhecido durante uma média de 20 anos em cascos de carvalho. Isso lhe confere um perfil de sabor onde se destacam notas de caramelo, nozes e frutas secas. As uvas de Vila Velha, juntamente com as provenientes de outras vinhas da Graham’s, ajudam a fornecer a estrutura necessária para suportar o envelhecimento prolongado.
Preço: R$ 750,00

O vinho do Porto Vila Velha Six Grapes. Foto: Divulgação

Graham’s Six Grapes Vila Velha Ruby Reserva – Um engarrafamento limitado, produzido a partir das melhores uvas de Vila Velha. é um vinho pronto para beber. No entanto, há um problema: é difícil encontrá-lo no mercado brasileiro. Assim como outros vinhos desse estilo, vai muito bem com frutas secas, chocolate amargo e também com queijo “azuis”, como o roquefort e o gorgonzola.


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André Andrès

Há mais de 10 anos escrevo sobre vinhos. Não sou crítico. Sou um repórter. Além do conteúdo da garrafa, me interessa sua história e as histórias existentes em torno dela. Tento trazer para quem me dá o prazer da sua leitura o prazer encontrado nas taças de brancos, tintos e rosés. E acredite: esse prazer é tão inesgotável quanto o tema tratado neste espaço.

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