fbpx

Bem-estar

Veja quais remédios devem ser evitados antes dirigir

Medicamentos considerados comuns podem acabar impactando negativamente no sistema cognitivo e motor de quem assume a direção

Publicado

em

Na imagem, uma pessoa segura um franco de remédios.

Remédios considerados comuns podem afetar o motorista. Foto: Freepik

Quando se fala em segurança ao dirigir, é fácil lembrar de orientações como usar o cinto e não ingerir bebidas alcoólicas. Mas um documento lançado pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) detalha que existem alguns medicamentos que não devem ser ingeridos antes da direção.

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

Com base em evidências científicas, foi analisada a relação que os remédios potencialmente prejudiciais ao condutor de veículos (MPPCVA) podem ter com a direção. Analgésicos, antidepressivos, ansiolíticos, sedativos e hipnóticos são alguns exemplos.

Mas vale destacar que dentro dessas classes, existem medicamento com diferentes princípios ativos que podem impactar de maneira diversa na direção. Os efeitos dos remédios podem variar de acordo com idade, peso, dosagem, horário de utilização.

O objetivo principal da diretriz da Abramet não é desencorajar o uso desses medicamentos por condutores, mas sim alertar sobre os riscos associados e promover um uso mais consciente dos mesmos, visando aumentar a segurança no trânsito.

> Febre oropouche: veja quais são os sintomas e o tratamento

Analgésico

Ácido acetilsalicílico: não representa um aumento no risco de acidentes durante a condução;
Anti-inflamatórios não-hormonais e paracetamol: têm um impacto insignificante no desempenho dos condutores;
Opioides: aumentam em 50% a probabilidade de acidentes que requerem hospitalização e multiplicam por cinco a chance de mortalidade, conforme estabelecido pelo estudo europeu Driving Under the Influence of Drugs, Alcohol and Medicines (DRUID). O risco é especialmente elevado no início do tratamento, como ocorre com outros medicamentos.

Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos

Benzodiazepínicos: aumentam consideravelmente o risco de acidentes.
Buspirona: não demonstrou qualquer alteração no desempenho durante a condução.
Hipnóticos “Z”: nesta categoria, alguns medicamentos se destacam com efeitos distintos. Por exemplo, o zolpidem e o zopiclone têm um impacto significativo no desempenho ao dirigir; já o eszopiclone, quando administrado à noite em uma dose de 3 mg, não apresentou prejuízos observáveis; quanto ao lemborexant, estudos não identificaram mudanças cognitivas e motoras após 9 horas da ingestão de 10 mg.

Antidepressivos

A diretriz enfatiza que, quando utilizados de maneira adequada, a maioria dos medicamentos antidepressivos não aumenta o risco de acidentes de trânsito. De fato, alguns estudos sugerem até um possível “efeito protetor” desses remédios, já que ajudam a reduzir os danos cognitivos e psicomotores associados à depressão. No entanto, existem medicamentos antidepressivos que podem ter um impacto negativo nos motoristas.

> Anfetamina: estimulante para estudo traz riscos à saúde

Tricíclicos: doses de 125 mg por dia ou mais podem aumentar o risco de acidentes em até seis vezes, especialmente em condutores idosos. Por outro lado, após duas semanas de tratamento, não foram observadas diferenças significativas, sugerindo uma adaptação do corpo ao medicamento ao longo do tempo, resultando em menos efeitos negativos;
Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS): geralmente são bem tolerados durante a direção;
Outros: o documento menciona a mirtazapina, apontando prejuízos ao dirigir no início do tratamento com doses inferiores a 30 mg. No entanto, esse efeito tende a diminuir com o tempo, mesmo com doses mais altas. Também é destacada a trazodona, que pode causar efeitos colaterais significativos na direção, como perda de memória, sedação, sonolência, além de alterações cognitivas e motoras.

Anti-histamínicos

Primeira geração: Composta pelos medicamentos mais antigos, como difenidramina, triprolidina, terfenadina, dexclorfeniramina e clemastina. Esses podem prejudicar significativamente a capacidade de dirigir um veículo.
Segunda geração: Medicamentos que podem ter um impacto negativo na condução. Incluem cetirizina, loratadina, ebastina, mizolastina, acrivastina, emedastina e mequitazina.
Terceira geração: Representada pelos medicamentos mais recentes, que não comprometem a capacidade de dirigir após administração única ou repetida. Estes incluem fexofenadina, desloratadina e levocetirizina.

Relaxantes musculares

Carisoprodol: demonstrou induzir sedação, diminuição da capacidade de raciocínio e falta de atenção em testes de direção simulados. Em estudos, foi associado a um aumento significativo no risco de acidentes de trânsito com vítimas já na primeira semana de uso.
Ciclobenzaprina: frequentemente está associada a efeitos adversos durante a condução, como fadiga, sonolência, fraqueza, visão embaçada, deterioração da coordenação motora e confusão mental. Portanto, aumenta o risco de acidentes de trânsito.

Outros remédios

Anfetaminas: Sendo estimulantes, geralmente aumentam a autoconfiança do condutor, tornando-o potencialmente mais agressivo e aumentando o risco ao dirigir. No entanto, as anfetaminas usadas no tratamento do TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) podem melhorar a capacidade de direção e aumentar a segurança dos motoristas com esse transtorno.

Anticonvulsivantes: Os barbitúricos (como fenobarbital, fenitoína, carbamazepina e valproato de sódio) podem causar sonolência e prejudicar a concentração, raciocínio, atenção e habilidades psicomotoras, aumentando assim o risco de acidentes de trânsito.

Antiparkinsonianos: Se utilizados por longos períodos, podem resultar em efeitos colaterais prejudiciais à capacidade de dirigir.

Antipsicóticos utilizados no tratamento da esquizofrenia: Os antipsicóticos típicos (utilizados durante a fase aguda da doença) estão frequentemente associados a efeitos adversos na segurança do tráfego. Por outro lado, os antipsicóticos atípicos (usados durante a fase crônica) são geralmente melhor tolerados e podem até mesmo melhorar as habilidades de direção ao longo do tratamento.

Canabinoides: Aqueles que contêm THC afetam a cognição, coordenação motora e função visual, prejudicando assim a capacidade de dirigir.

Hipoglicemiantes: Representam um risco para motoristas com diabetes devido à possibilidade de ocorrência de episódios de hipoglicemia.

*Com informações do Estadão.


Valorizamos sua opinião! Queremos tornar nosso portal ainda melhor para você. Por favor, dedique alguns minutos para responder à nossa pesquisa de satisfação. Sua opinião é importante. Clique aqui