Bem-estar
Simples hábito de coçar os olhos pode prejudicar a sua visão
Ceratocone faz com que a córnea seja projetada para frente, deixando-a em um formato de cone, causando astigmatismo e miopia de forma mais grave
Sabe aquela esfregadinha no olho, que parece bem inofensiva no dia a dia? É importante ficar atento a ela porque pode gerar uma doença de nome difícil, quase desconhecida e que muita gente nem conhece: a ceratocone.
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A doença atinge a córnea, deixando a estrutura bem fina e com uma curvatura para frente, criando um formato de cone, daí vem o nome ceratocone (córnea + cone). Essa enfermidade compromete a visão, podendo levar a um grau elevado de astigmatismo irregular e miopia.
De acordo com Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), em 2020, o ceratocone foi um dos principais motivos dos quase 13 mil transplantes de córnea realizados no Brasil. Por isso, oftalmologistas alertam que é importante prestar atenção em qualquer sinal de desfoque da visão para conseguir buscar um diagnóstico precoce.
O oftalmologista Bruno Valbon explica que a doença pode começar a se manifestar a partir dos 10 anos de idade principalmente por ser de caráter hereditário. Até por volta dos 35 anos, o ceratocone ainda pode progredir.
Além do caráter hereditário, Valbon ressalta que também existe a questão ambiental, em que os pacientes muito alérgicos acabam coçando muito os olhos ou até mesmo quem precisa trabalhar muitas horas em frente às telas, deixando a visão cansada e provocando a deformação da córnea.
“O principal sintoma é a visão desfocada e sensibilidade à luz. Geralmente, o paciente coça muito o olho, o que traz a piora da progressão do ceratocone. O ato de coçar o olho acaba provocando microtraumas, deformações na córnea, progredindo para um ceratocone mais grave”, alerta.
Tratamento
É importante destacar que a doença é bilateral e assimétrica, ou seja, os dois olhos podem ser afetados de formas diferentes. Para isso, é importante que haja um tratamento de acordo com o grau de avanço da doença.
Nos graus iniciais, o uso de óculos é suficiente para recuperar a qualidade da visão. A medida que a doença progride, as lentes de contato passam a ser as melhores opções porque ajudam a ajustar a superfície da córnea.
Se o ceratocone já estiver mais avançado, é necessário o tratamento com crosslinking, um procedimento que dá maior resistência à córnea através da raspagem local, aplicação de colírio e do uso de raios ultravioletas.
Outra opção é utilizar o anel intraestromal que tem objetivo de regular as deformações. Esses anéis podem ser implantados de acordo com o grau do paciente, que fará com que haja a correção tanto do formato quanto de outras irregularidades.
Em último caso, a opção é fazer o transplante de córnea. Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), só em 2020, o ceratocone foi um dos principais motivos dos quase 13 mil transplantes de córnea realizados no país.
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