Ser mãe depois dos 35: sonho possível com cuidados certos

Com planejamento e apoio médico, muitas mulheres realizam o sonho da maternidade após os 35 anos. Foto: FreePik

Escolher o momento certo para ser mãe é, para muitas mulheres, uma decisão que envolve tempo, amadurecimento e planejamento. Dados do IBGE revelam que a maternidade tem sido adiada: em 2000, a idade média da fecundidade era de 26,3 anos. Em 2022, esse número subiu para 28,1 anos. A mudança reflete transformações sociais profundas, como a busca por estabilidade financeira, crescimento profissional e novas perspectivas sobre o papel feminino na sociedade.

Mas com o relógio biológico avançando, surgem dúvidas: é seguro engravidar depois dos 35 anos? O que muda no corpo? Quais os riscos? De acordo com a obstetra Eloísa Leite, do Vitória Apart Hospital, a resposta passa por uma palavra-chave: acompanhamento.

Planejamento e pré-natal fazem toda a diferença

“A fertilidade feminina é maior entre os 20 e 35 anos. Nesse período, os riscos são menores e as chances de uma gravidez saudável aumentam”, explica a médica. No entanto, ela ressalta que a maternidade depois dessa idade continua sendo possível e segura, desde que acompanhada de cuidados específicos. “Cada mulher é única. A idade importa, mas não é o único fator. Avaliamos o histórico reprodutivo, a saúde física e a presença de doenças crônicas”, afirma.

A Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) indica que os riscos aumentam após os 35 anos, com maior chance de abortos espontâneos, anomalias cromossômicas, hipertensão, diabetes gestacional e parto prematuro. Ainda assim, esses fatores não excluem a possibilidade de uma gestação saudável.

“O mais importante é estar bem assistida. Um pré-natal rigoroso e personalizado é o que faz a diferença. Planejamento e informação são os maiores aliados da mulher que sonha em ser mãe depois dos 30”, destaca Eloísa.

Maternidade sem pressa e sem culpa

Para a obstetra, o desejo de ser mãe deve ser respeitado em qualquer fase da vida adulta. “Não existe regra. A mulher precisa se sentir acolhida e livre de julgamentos. Com suporte médico adequado, esse desejo pode ser vivido com segurança e tranquilidade.”

Na prática, isso significa exames regulares, acompanhamento contínuo e decisões baseadas em informação confiável. Eloísa reforça: “Cabe à equipe médica orientar, esclarecer e estar ao lado da paciente em cada etapa. O sonho da maternidade é legítimo e possível — aos 30, 35 ou 40 anos.”

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