Remédio vencido pode criar superbactéria. Saiba o que fazer

Remédio vencidos apresentam risco a saúde. Foto: Agência Brasil

A dor de garganta inesperada, o alerta do despertador e a corrida até o kit de medicamentos: uma sequência familiar para muitos de nós. Entretanto, o que fazer ao perceber que o remédio ao qual sempre recorre está vencido? Muitos mitos cercam a ingestão de medicamentos expirados, mas é essencial saber diferenciar o que é mito do que é verdade para proteger nossa saúde.

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Prazo de Validade: A Ciência por Trás

Assim como nos alimentos, o prazo de validade dos medicamentos é de suma importância. Estabelecido após testes laboratoriais, esse prazo indica a durabilidade da eficácia dos componentes ativos. É obrigatório que essa data seja explicitamente indicada pelo fabricante, sob diretrizes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse controle não apenas protege os consumidores contra a perda de eficácia do produto, mas também resguarda a indústria farmacêutica de possíveis reclamações.

No entanto, é crucial destacar que a eficácia pode ser influenciada por diversos fatores externos como armazenamento, transporte e estado da embalagem.

Riscos de Consumir o Vencido

Embora guardar medicamentos de uso comum seja uma prática familiar, é perigoso consumir aqueles que excederam seu prazo de validade. A degradação do fármaco pode levar a uma redução de até 10% ou mais de sua eficácia. Por mais que esse número possa parecer insignificante, ele é especialmente relevante para medicamentos de uso contínuo ou antibióticos.

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A ingestão de antibióticos vencidos não apenas falha em combater a infecção, mas também pode fortalecer a bactéria, resultando em uma forma mais resistente e potente – a temida superbactéria. Além disso, não seguir a dosagem e o tratamento prescritos também pode acarretar riscos similares.

Entenda o que são as superbactérias 

A resistência crescente de microrganismos a medicamentos tem preocupado especialistas da área de saúde. Estudos indicam que as superbactérias se desenvolvem devido à alteração na forma como reagem aos antibióticos destinados a combatê-las.

Diferente do que muitos pensam, não é o corpo humano que se torna resistente a esses medicamentos. Em vez disso, são as próprias bactérias que, ao desenvolver resistência e se multiplicar, transferem essa característica para as novas gerações.

A prescrição de antibióticos, como aqueles usados no tratamento de doenças como tuberculose, deve ser feita com cautela e especificidade. Especialistas alertam sobre os riscos de utilizar tais medicamentos sem a devida orientação médica ou para tratar condições para as quais eles não foram indicados.

Médicos e instituições de saúde são incentivados a serem mais criteriosos na prescrição destes medicamentos. O propósito é duplo: educar os pacientes e prevenir o uso indevido de antibióticos, reduzindo assim a proliferação de bactérias resistentes.

Como realizar o descarte correto de remédios

O descarte inadequado de medicamentos pode representar uma ameaça significativa para o meio ambiente e para a saúde pública. O Brasil está entre os 10 países que mais consomem medicamentos no mundo e, muitas vezes, eles não são descartados de maneira adequada, seja jogando-os no lixo comum, no vaso sanitário ou no ralo, podendo impactar o solo e a água, comprometendo a vida de animais e vegetais, além de afetar diretamente a qualidade de tudo o que se consome.

A iniciativa Ciência na Saúde começou a campanha “Remédio: Não Usou, Descartou!” para promover a conscientização e a prática do descarte correto de medicamentos. O intuito é incentivar a utilização dos pontos de coleta específicos, como farmácias e drogarias, que são preparados para receber os medicamentos vencidos e não utilizados.

ERRADO:

Descarte em lixeiras de casa, pia, vaso sanitário ou na rua facilita a nossa exposição e de quem amamos a algumas substâncias tóxicas, que podem trazer riscos para a saúde.

CERTO:

Descartando as medicações vencidas ou que não tem mais uso nas caixas próprias de farmácias ou hospitais, você reduz as possibilidades de acesso indevido e de contato das suas substâncias com a natureza.

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