Bem-estar
Pressão alta pode causar danos cerebrais e demência
Estudos revelam que hipertensão afeta a saúde do cérebro e aumenta o risco de AVC, Alzheimer e declínio cognitivo na terceira idade

Pressão alta. Foto: FreePik
Estudos recentes reforçam que hipertensão arterial — popularmente conhecida como pressão alta — pode causar danos cerebrais e elevar o risco de demência na terceira idade. As conclusões vieram de universidades renomadas como Oxford, no Reino Unido, e Califórnia, nos Estados Unidos, e foram publicadas em revistas científicas como o European Heart Journal e o JAMA.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
Entre os impactos observados estão lesões no cérebro, atrofia cerebral de longo prazo e maior propensão a quadros como Alzheimer, demência vascular, depressão e AVC. Segundo o cardiologista Augusto Neno, coordenador regional da MedSênior, “a hipertensão prolongada pode danificar as artérias cerebrais, afetar a memória e acelerar o declínio cognitivo”.
Danos silenciosos ao cérebro
A pressão elevada afeta a estrutura dos vasos sanguíneos e dificulta a regulação do fluxo cerebral. “Mesmo sem sintomas aparentes no início, os danos vão se acumulando e podem resultar em quadros graves”, explica Neno. Um dos problemas mais comuns nesse cenário é a demência vascular, provocada por sucessivos microinfartos cerebrais, que reduzem o volume do cérebro ao longo do tempo.
O cardiologista alerta que, embora muitos comecem a se preocupar com a pressão após os 50 anos, os cuidados devem começar antes. “Se quisermos um cérebro saudável após os 60, temos que manter a pressão sob controle ainda aos 30 ou 40 anos”, orienta.
Emoções positivas também ajudam no controle
Um estudo da Universidade Federal de Goiás (UFG) revelou que, além de medicamentos e hábitos saudáveis, mensagens de gratidão, otimismo e bem-estar espiritual podem ajudar a controlar a hipertensão. Participantes expostos a conteúdos motivacionais apresentaram queda significativa da pressão arterial. A pesquisa foi apresentada no Congresso Americano de Cardiologia e publicada no Journal of the World Heart Federation.
Hipertensão no Brasil: números preocupantes
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 45% dos brasileiros adultos convivem com hipertensão. Em pessoas acima de 60 anos, esse percentual chega a 47%, e sobe para 60% entre os idosos com mais de 75 anos. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, de 2019, 24% da população acima dos 18 anos já era hipertensa.
No Dia Nacional de Combate à Hipertensão, celebrado em 26 de abril, médicos reforçam que a doença não tem cura, mas pode e deve ser controlada com acompanhamento médico, mudanças no estilo de vida e adesão ao tratamento.
Perguntas e respostas com o especialista
Qual a pressão ideal para adultos?
A pressão ideal é abaixo de 120 x 80 mmHg. Entre 120-129 x 80-84 mmHg, ainda é considerada normal. Em idosos frágeis, a meta pode ser de até 149 x 79 mmHg.
A partir de que valor a pressão é considerada alta?
A hipertensão é diagnosticada quando os níveis ultrapassam 140 x 90 mmHg, confirmados em duas ou mais medições corretas, sem uso de medicamentos.
Qual a frequência ideal para medir a pressão?
Depende do estágio da hipertensão. Em casos leves e controlados, a aferição pode ser anual. Em estágios mais avançados, o acompanhamento precisa ser mais frequente, com reavaliações quinzenais ou mensais.
Hipertensão tem cura?
Não. O tratamento busca manter os níveis controlados com mudança de hábitos, medicação personalizada e acompanhamento regular. Apenas 45% a 60% dos pacientes conseguem atingir a meta.
Existe risco genético?
Sim. A genética representa entre 30% e 50% dos casos de hipertensão primária. Filhos de hipertensos devem redobrar a atenção.
Crianças e adolescentes podem ser hipertensos?
Podem. A prevalência chega a 9,5% entre jovens de 12 a 17 anos. As principais causas são obesidade, doenças renais e fatores genéticos.
Como manter a pressão sob controle?
Além de medicamentos, é necessário investir em atividade física regular, dieta com pouco sal, controle do estresse, redução do álcool e, se possível, manter uma rotina com emoções positivas.
LEIA MAIS:
