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Bem-estar

Perda de visão é fator de risco para doença de Alzheimer

Uma das demências que mais acomete os idosos é a Doença de Alzheimer (DA), que tem se tornado um foco crescente de pesquisas

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Alzheimer

Doença de Alzheimer. Foto: Gundula Vogel/Pixabay

Os brasileiros viverão mais em 2070, caso se concretize a projeção oficial do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada nesta quinta-feira (22). A expectativa de vida do brasileiro daqui a 46 anos será de 83,9 anos. Em 2000, a expectativa era de 71,1 anos, enquanto em 2023 foi de 76,4 anos.

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Diante disso, o envelhecimento saudável passa a ser cada vez mais uma prioridade para os brasileiros. Uma das demências que mais acomete os idosos é a Doença de Alzheimer (DA), que tem se tornado um foco crescente de pesquisas.

Evidências científicas apontam que a perda de visão pode atuar como um sinal precoce da DA, surgindo até 12 anos antes dos primeiros sintomas cognitivos. Essa conexão desperta a atenção de pesquisadores, profissionais da saúde e da sociedade, ressaltando a importância de monitorar a saúde ocular, especialmente em pessoas idosas.

Um relatório publicado pela revista The Lancet em 2024 destacou dois novos fatores de risco modificáveis para o desenvolvimento de demências, além dos 12 já estabelecidos: baixa escolaridade, perda auditiva, hipertensão, tabagismo, obesidade, depressão, inatividade física, diabetes, consumo excessivo de álcool, lesão cerebral traumática, poluição do ar e isolamento social. Os novos fatores incluídos são a perda de visão não tratada e níveis elevados de colesterol LDL. Isso sugere que minimizar esses fatores pode reduzir a probabilidade de desenvolvimento de demências.

Segundo a Profa. Dra. Thais Bento Lima, docente do curso de Bacharelado e de Pós-Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG), membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer (SP) e parceira científica do Método SUPERA, pesquisas recentes reforçam que a saúde ocular está interligada ao bem-estar cognitivo.

“Uma revisão sistemática e meta-análise sobre a associação entre doenças oculares e demência mostrou que pessoas com condições como catarata e degeneração macular têm um risco aumentado de desenvolver demência. A visão prejudicada, frequentemente subestimada, pode indicar processos neurodegenerativos em curso, sinalizando o início de doenças como a DA. Estudos clínicos revelam que alterações na retina e em outras estruturas oculares podem ser marcadores para a detecção precoce da doença. A retina, por exemplo, compartilha características com o cérebro, como a presença de células nervosas sensíveis à degeneração. Essa semelhança sugere que os sinais da Doença de Alzheimer podem ser identificados por meio de exames oculares, oferecendo uma oportunidade para intervenções precoces”, esclarece.

Ela também menciona a associação entre a degeneração da retina e a atrofia do hipocampo, uma área cerebral significativamente afetada em pessoas com Doença de Alzheimer. “Pesquisas em indivíduos com Comprometimento Cognitivo Leve e Alzheimer em estágio inicial indicam que a perda de volume no hipocampo está correlacionada com anormalidades visuais, reforçando a necessidade de considerar a saúde ocular nas estratégias de triagem e prevenção. A saúde ocular deve ser vista como um componente essencial na manutenção da qualidade de vida durante o envelhecimento e na fase da velhice. A prevenção e o tratamento de doenças oculares podem desempenhar um papel importante na redução do risco de demência”, explica.

Para ela, campanhas de conscientização e políticas públicas voltadas à saúde visual em pessoas idosas podem ajudar na detecção precoce de potenciais problemas cognitivos, proporcionando um cuidado integral que vai além das intervenções tradicionais para a Doença de Alzheimer.

“A perda de visão, portanto, não deve ser encarada apenas como um efeito natural do envelhecimento, mas também como um alerta para a possibilidade de declínio cognitivo. A integração de exames oculares regulares com avaliações cognitivas pode permitir um monitoramento mais preciso e ações preventivas eficazes. A conexão entre saúde ocular e DA destaca a importância de uma abordagem holística sobre o envelhecimento, onde aspectos biopsicossociais estão interligados, exigindo atenção constante e multidisciplinar. Essa abordagem integrada é essencial para a detecção precoce e gestão de doenças neurodegenerativas, beneficiando tanto pessoas idosas quanto seus cuidadores e a sociedade como um todo”, conclui a gerontóloga.

Setembro Lilás

Neste Setembro Lilás, mês de conscientização sobre a Doença de Alzheimer, acontece o evento “Despertando a Sociedade para a Saúde do Cérebro”, que chega à sua 6ª edição híbrida, 100% gratuita, no próximo dia 14 de setembro, das 8h30 às 12h, no Teatro Gazeta, em São Paulo. O evento contará com a participação de renomados profissionais da área no Brasil, que debaterão temas importantes relacionados ao envelhecimento saudável.

Organizado pelo SUPERA – Ginástica para o Cérebro e pela Associação Brasileira de Gerontologia (ABG), o evento tem o apoio da Prefeitura de São Paulo, Gaialzheimer, Federação Brasileira das Associações de Alzheimer (Febraz), Associação dos Bolsistas Jica (ABJICA), Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO) e Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), com patrocínio de Biolab, Tena, Knight, O Boticário, Senior Concierge e Duarte Cuidadores.


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