Bem-estar
Novo estudo associa obesidade a 18 tipos de câncer
Especialistas afirmam que o excesso de gordura corporal provoca inflamação crônica no organismo, levando a um aumento na produção de células cancerígenas
Um novo estudo, divulgado na renomada revista científica Nature, traz importantes evidências que estreitam a relação entre obesidade e o aumento do risco de desenvolver câncer. A pesquisa, que abrangeu uma amostra significativa de 2,6 milhões de indivíduos com idades entre 18 e 40 anos, revelou que o sobrepeso e a obesidade podem estar associados a 18 diferentes tipos de neoplasias malignas.
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Ainda que estudos anteriores já apontassem para a associação entre obesidade e, no mínimo, 13 tipos de tumores malignos, as novas descobertas acrescentam mais cinco à lista, sendo eles: leucemia, linfoma não Hodgkin, mieloma múltiplo, bexiga e região de cabeça e pescoço.
Antes desse estudo, as seguintes neoplasias já haviam sido vinculadas à obesidade através de pesquisas científicas: cérebro, tireoide, esôfago, mama, fígado, estômago, rim, vesícula biliar, pâncreas, intestino, ovário, útero e mieloma.
Analisando os dados coletados e levando em consideração o Índice de Massa Corporal (IMC) dos participantes, os pesquisadores concluíram que indivíduos com sobrepeso ou obesos no início da idade adulta (entre 18 e 40 anos) apresentam um risco muito maior de desenvolver neoplasias malignas.
A médica oncologista Virgínia Altoé Sessa esclareceu que o excesso de gordura corporal provoca inflamação crônica no organismo, levando a um aumento na produção de certos hormônios que podem estimular o crescimento de células cancerígenas.
“Apesar das evidências alarmantes que associam a obesidade ao risco de câncer, é importante lembrar que o excesso de peso é uma condição evitável e tratável. É fundamental tomar consciência de que evitar e combater a obesidade vai além de questões estéticas, pois também contribui significativamente para a prevenção de doenças graves, como diversos tipos de câncer”, enfatizou a especialista.
Virgínia ressaltou que a adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de atividades físicas e uma alimentação equilibrada, são os principais cuidados para prevenir a obesidade e, consequentemente, reduzir o risco de câncer. “A mudança de estilo de vida, incluindo exercícios físicos, dieta adequada, exames de rotina e ausência de vícios, pode reduzir consideravelmente as chances de desenvolver câncer. É essencial priorizar a saúde e afastar os fatores de risco”, alertou.
CRESCENTE EPIDEMIA DA OBESIDADE
Segundo estimativas apresentadas pelo atlas da World Obesity de 2023, divulgado recentemente pela ONG World Obesity Federation, em pouco mais de uma década, mais da metade da população mundial (51%) estará vivendo com obesidade ou sobrepeso. O estudo prevê que, em 2035, aproximadamente 4 bilhões de pessoas terão um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou maior que 25 kg/m². Em 2020, esse número correspondia a 38% da população global.
O cirurgião do aparelho digestivo Gibran Sassine alertou para a gravidade dos dados apresentados: “Essas estatísticas são preocupantes, visto que a prevalência de obesidade continua crescendo em escala global. É urgente repensar e implementar medidas de prevenção e tratamento mais eficazes para combater a obesidade, tanto a curto, médio e longo prazo”.
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