fbpx

Bem-estar

No Espírito Santo, duas pessoas aguardam por transplante de coração

Existe uma lista rígida que deve ser seguida com critérios específicos para todos os pacientes que precisam de doação

Publicado

em

Para doar, basta informar a família. Foto: Freepik

Para doar, basta informar a família. Foto: Freepik

Nesta semana, o assunto de doação de órgãos ganhou espaço na mídia após a notícia de que o apresentador Fausto Silva, o Faustão, está internado e precisa de um transplante de coração. O apresentador está com um quadro de insuficiência cardíaca e, por isso, precisou entrar na fila do SUS para receber um novo órgão.

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

No Espírito Santo, são quase 2 mil pessoas aguardando por um transplante. À espera de um coração, são dois pacientes. Entre os demais, 13 aguardam pelo fígado, 994 esperam rins e 997 estão estão na fila por córneas.

A coordenadora da Central Estadual de Transplante do Espírito Santo, Maria Machado, explica que existe um processo rígido para conseguir receber um órgão e que não é possível que ninguém “fure” essa ordem.

Existe uma fila única gerenciada pelo Sistema Nacional de Transplantes e a partir do momento em que um paciente tem uma condição de saúde que exija um transplante, ele é inscrito numa lista que é única para cada órgão e que segue critérios de gravidade.

“Se tiver alguém que está na mesma situação do Faustão, ou mais grave, e a pessoa for compatível, esse órgão vai para outra pessoa. Quem está mais grave, usando algum tipo de aparelho, o ECMO, por exemplo, esse paciente tem prioridade. A gente chama de prioridade nacional porque é um paciente que se não receber o órgão, ele vai a óbito”, detalha.

> Insuficiência cardíaca: saiba mais sobre a doença do Faustão

Para doar, é necessário apenas que a família seja informada e passe essa informação para os médicos. Outra forma é criar a carteirinha do doador para garantir esse desejo, mesmo que não seja mais obrigatória a utilização.

Transporte

Para que um órgão chegue em perfeitas condições para o receptor, centenas de pessoas trabalham para isso. No caso de uma doação de coração, quando ele é captado no mesmo estado, em cidades próximas, as equipes vão por meio terrestre. Quando acontece do doador ser do interior, a equipe do Notaer é acionada para poder fazer o transporte da forma mais rápida possível.

Nos casos de doações que vão para fora do estado, normalmente é por meio dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) ou em voos fretados. “A equipe chega no aeroporto de Vitória e ela é conduzida ou pelo nosso transporte ou pelo Notaer até o hospital captador. Uma vez captado, a gente faz todo o inverso novamente até que o órgão chegue com segurança no receptor”, ressalta.

Dificuldades

Quando um paciente tem a necessidade de um transplante, ele terá que seguir critérios rígidos determinados por uma portaria do Sistema Nacional de Transplantes. O primeiro deles é o sistema ABO, que é o tipo sanguíneo do paciente, que precisa ser compatível entre o doador e o receptor.

A coordenadora também pontua o fator gravidade. No caso de fígado e rim, os pacientes estão, em muitos casos, hospitalizados e ligados a outras máquinas, o que faz com que a espera por um órgão não possa ser longa. Além disso, o peso e a altura também são fatores que influenciam na doação e na recepção de um novo órgão.

> Band lança campanha para incentivar doação de órgãos

A geografia também traz um impacto na doação. Transplantes de coração, por exemplo, tem um tempo de captação de apenas quatro horas, ou seja, não é possível disponibilizar um coração do Rio Grande do Sul para o Acre nem por meio de jatinhos, porque o tempo de voo seria maior do que o possível. Com isso, a questão de logística acaba sendo um fator determinante para a chegada do órgão ao  paciente.

Intervivos

Além dos transplantes em que é necessário que o doador tenha morte encefálica para poder doar algum órgão, existe o transplante intervivo. Esse tipo acontece quando um indivíduo está em uma situação de necessidade de um novo órgão e recebe de outra pessoa que está viva.

“Nós temos o transplante de rim, que você doa um dos rins para uma pessoa que é compatível, podemos doar para um parente ou para uma pessoa que não está na grade familiar, nesse caso é preciso de uma autorização judicial desde que essa pessoa seja compatível com o receptor. Temos também doação de parte do fígado e parte do pulmão e também de medula”, explica.

Ouça a entrevista completa


Valorizamos sua opinião! Queremos tornar nosso portal ainda melhor para você. Por favor, dedique alguns minutos para responder à nossa pesquisa de satisfação. Sua opinião é importante. Clique aqui