Bem-estar
Hospital do ES faz transplante de ossos. Saiba como funciona
Os especialistas de ortopedia da equipe de joelho do Hospital Meridional Cariacica realizaram uma cirurgia de transplante osteoarticular de ligamento de cadáver
Quando se pensa em doação de órgãos, as pessoas logo imaginam coração, rim, fígado, córnea, porém, a doação de tecidos para transplante de ossos também é de extrema importância no tratamento de lesões de cartilagem, cirurgias de coluna, trauma com extensa perda óssea, revisão de artroplastia de quadril e joelho, sequelas de uso de prótese, portadores de tumores ósseos, entre outras situações.
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Os especialistas de ortopedia da equipe de joelho do Hospital Meridional Cariacica, Julio Cesar Moulin e Brunno Giacomeli realizaram, recentemente, uma cirurgia de transplante osteoarticular de ligamento de cadáver. Foi feita uma revisão do ligamento cruzado anterior (LCA) no joelho do paciente, já operado anteriormente e que por algum motivo teve uma nova lesão, necessitando operar novamente, dessa vez, sendo realizada a cirurgia de transplante de osso.
O paciente encontra-se totalmente recuperado. “Nesse caso o paciente teve rotura do ligamento, já operado anteriormente. Para não ter que retirar e usar enxerto do outro joelho, preferimos usar o tecido ósseo de um cadáver, ou seja do banco de ossos, que já vem pronto, e só adaptamos o mesmo na cirurgia anterior. O paciente tinha a lesão há três anos. A grande vantagem desse transplante, usando o banco de ossos, é que não precisamos fazer duas cirurgias ao mesmo tempo, preservamos o outro joelho do paciente. Assim, a recuperação cirúrgica é mais rápida, com menos dor e menor risco”, revelou Moulin.
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Apesar de já ter realizado cirurgias semelhantes a esta em outras ocasiões, o especialista em ortopedia do Hospital Meridional Cariacica, Julio Cesar Moulin, explica que essa é uma cirurgia relevante, pois necessita do ligamento recebido de um banco de ossos. Hoje, no estado o Meridional Cariacica é o único hospital habilitado para fazer o transplante de ossos, ligamento e pele.
O Meridional trabalha com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (INTO), um hospital do governo federal do Rio de Janeiro e referência nacional nesta área. “O Meridional está apto para fazer diversos transplantes, de modo geral, e o de tecido músculo esquelético se enquadra no rol dos que estamos habilitados a realizar. Utilizamos, então, o banco de ossos do INTO. Ele fornece o material processado e pronto para o transplante, seguindo todas as especificações solicitadas da equipe transplantadora”, esclareceu Moulin.
O especialista explica que o transplante funciona da seguinte forma. “Quando tenho um paciente que necessita de um transplante músculo esquelético, entro em contato com o banco, eles captam dentro de minha solicitação ou verificam se tem em estoque no freezer. O material se mantém congelado a -100º C e é encaminhado para nós, por avião, na cabine do piloto, como qualquer outro órgão. E assim fazemos o transplante. Ainda não utilizamos a coleta no Estado, utilizamos o material que vem solicitado e adaptamos e modelamos o mesmo ao biotipo do paciente. Importante frisar que este material disponibilizado é totalmente gratuito”, afirmou.
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O médico enfatiza, ainda, que o transplante de tecido osteoarticular é muito diferente dos outros órgãos. Ele não se deteriora, não tem antígeno, nem anticorpo. Então, a pessoa transplantada não precisa tomar remédio para o resto da vida, como os outros transplantes. O organismo aceita bem o hospedeiro.
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