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Herpes labial pode causar cegueira? Especialista explica

Foi o que aconteceu com um menino de dois anos na Namíbia, que perdeu a visão de um olho após ser contaminado com herpes labial

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A mãe de Juwan, Michelle Saaiman, pensou que fosse uma pegadinha quando soube que o filho havia perdido a visão de um olho por causa de um beijo

A mãe de Juwan, Michelle Saaiman, pensou que fosse uma pegadinha quando soube que o filho havia perdido a visão de um olho por causa de um beijo. Foto: Reprodução/Contigo

Um simples beijo pode mudar uma vida. Foi o que aconteceu com um menino de dois anos na Namíbia, que perdeu a visão de um olho após ser contaminado com herpes labial. O caso viralizou nas redes sociais depois que a mãe da criança compartilhou um vídeo alertando sobre os riscos da infecção. Após sete meses de tratamento, o garoto passará por uma cirurgia complexa para tentar preservar o olho esquerdo.

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A oftalmopediatra Isabel Gazele, do Hospital de Olhos Vitória, explica que o herpes labial é altamente contagioso e pode ser transmitido pelo contato direto com saliva, pele ou objetos contaminados. “No caso dele, o vírus atingiu os olhos e provocou uma lesão na córnea, comprometendo a lubrificação natural e levando a infecções constantes. Sem o tratamento adequado, o quadro pode evoluir para perda total da visão”, alerta a médica. Em alguns casos, um transplante de córnea pode ser necessário.

Segundo a especialista, a herpes ocular é mais frequente em crianças porque o sistema imunológico delas ainda está em desenvolvimento, tornando-as mais vulneráveis a infecções. O vírus herpes simples tipo 1 (HSV-1) é o principal responsável pela doença, podendo atingir diferentes estruturas oculares, como córnea, conjuntiva e íris.

Os primeiros sintomas podem passar despercebidos, mas a infecção evolui rapidamente e, se não for tratada, pode levar à cegueira. Vermelhidão, lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz e inchaço nas pálpebras são sinais de alerta. “O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações. O tratamento pode incluir antivirais orais ou tópicos, dependendo da gravidade do caso”, explica Gazele.

A médica ressalta que, embora tratável, a herpes ocular é uma condição séria e pode se manifestar novamente ao longo da vida. “A infecção pode deixar cicatrizes na córnea, resultando em visão turva ou outras sequelas permanentes. Além disso, o vírus pode permanecer dormente no organismo e ser reativado em momentos de estresse ou baixa imunidade. Por isso, é fundamental que os pais fiquem atentos a qualquer alteração nos olhos das crianças e busquem atendimento médico imediato”, orienta.

Para evitar casos como esse, a principal recomendação é a prevenção. Evitar o contato próximo entre pessoas com lesões ativas e crianças pequenas, além de reforçar a higiene, são medidas essenciais para reduzir o risco de transmissão do vírus.

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