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Bem-estar

Fevereiro Roxo: confira os sinais que antecedem o Alzheimer

O movimento “Fevereiro Roxo” é uma oportunidade de informar sobre os sinais iniciais do Alzheimer que atinge mais 1,5 milhão de pessoas no Brasil

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Ficar perdido em local conhecido é um dos sintomas que antecede o Alzheimer. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A perda de memória é, na maioria das vezes, o principal fator associado à doença de a Alzheimer. No entanto, pesquisadores já mostraram que os processos neurodegenerativos podem se iniciar até duas décadas antes das primeiras manifestações clínicas, com sintomas diferentes das clássicas dificuldades de memória. Estes estudos têm revelado outros possíveis sinais precoces da doença, atreladas a mudanças de comportamento.

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Fevereiro é o mês escolhido para trabalhar a conscientização sobre algumas doenças crônicas, como o Alzheimer. O movimento “Fevereiro Roxo” é uma oportunidade de informar sobre os sinais iniciais da doença que atinge mais 1,5 milhão de pessoas no Brasil.

Segundo o geriatra e superintendente em Medicina Preventiva da MedSênior, Roni Chain Mukamal, a ocorrência do Alzheimer tem se tornado cada vez mais frequente à medida que a população envelhece. “A partir dos 65 anos, o risco de desenvolver a doença duplica a cada cinco anos. É preciso que familiares estejam atentos a mudança de comportamento do paciente para aumentar as chances de diagnóstico em estágios iniciais”, diz.

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Ele explica que os sinais e sintomas da doença ainda são pouco compreendidos e isso retarda o diagnóstico. Além disso, não existe um tratamento efetivo que leve à cura. “Os medicamentos são usados como alternativa para frear a progressão da doença e oferecer mais qualidade de vida ao paciente, uma forma de retardar a evolução dos estágios”, afirma.

Diante disso, o especialista em medicina preventiva reforça que o mais sensato é prevenir. “A prevenção inclui levar um estilo de vida saudável, cuidar do corpo e da mente, fazer exercícios físicos e outras atividades que aumentem a capacidade cognitiva”, revela.

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O médico citou alguns sinais que podem indicar a presença de Alzheimer antes mesmo da perda de memória. Mas faz um alerta: “Não é certo afirmar que a presença isolada de um destes sinais significa que a pessoa está desenvolvendo ou vai desenvolver o Alzheimer. O que é preciso é estar atendo ao conjunto de fatores que envolvem a mudança de comportamento, sobretudo da pessoa idosa, e acompanhar junto ao médico de referência”, ressalta.

CONFIRA QUAIS SÃO ESTES SINAIS:

Não ter filtro: pacientes com Alzheimer passam a ter menos filtro quando vão falar. Conforme a doença se desenvolve, os pacientes passam a ficar mais grosseiros, a falar palavras inapropriadas e a se dirigir a estranhos com maior frequência do que anteriormente. Especialitas dizem que os pacientes também podem perder as inibições sexuais, como se despir ou tocar suas partes íntimas na frente de outras pessoas. Os cientistas acreditam que essa mudança é causada pela diminuição no córtex pré-frontal e no lobo frontal do cérebro, a parte responsável pelo controle das atitudes.

Falar palavrões em excesso: outro sinal precoce é quando a pessoa passa a falar muitos palavrões, especialmente em situações inadequadas, como na frente de crianças. Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram que 18% das pessoas com Alzheimer usaram palavrões quando foram instruídas a citar palavras que começassem com determinadas letras do alfabeto. Nenhum dos pacientes saudáveis mencionou essas palavras.

Vestir-se desajeitadamente pessoas com Alzheimer podem ter dificuldades para escolher como se vestir de maneira apropriada, seja em relação à combinação das peças ou às condições climáticas. Pesquisas realizadas nas universidades de Kent e de York, na Inglaterra, mostraram que pessoas com Alzheimer passaram a apresentar muita dificuldade para se vestirem adequadamente sozinhas.

Dar dinheiro a estranhos cientistas da University of Southern California (USC), nos Estados Unidos e da Bar-Ilan University, em Israel, apontam que idosos mais inclinados a dar dinheiros a desconhecidos apresentavam pior estado cognitivo, sugerindo maior chance de desenvolver Alzheimer. Segundo pesquisadores, ter dificuldade em lidar com o dinheiro pode ser um dos sinais precoces do Alzheimer.

Dirigir Mal quem começa a desenvolver Alzheimer também passa a ter dificuldades para dirigir, uma vez que a condição começa a afetar as habilidades motoras e de raciocínio. A doença desacelera as reações e torna o ato de estacionar um dos maiores desafios, levando a uma situação de muito estresse e agitação.
Uma pesquisa da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, estudou os hábitos de direção de 139 pessoas durante um ano. Cerca de metade tinha diagnóstico precoce de Alzheimer, enquanto a outra não tinha a doença. Os cientistas notaram que as pessoas com Alzheimer eram mais suscetíveis a fazer mudanças abruptas na direção, além de dirigirem mais devagar.

Perder-se em lugares conhecidos um sinal comum presente ainda no início do aparecimento da doença é perder-se com facilidade ou não conseguir encontrar o caminho de volta para casa, mesmo estando em lugares familiares. Esse sinal normalmente é considerado natural da idade, mas deve acender o alerta para uma consulta com o neurologista.

Dificuldades com o vocabulário um sinal comum e precoce da doença é ter dificuldade de encontrar as palavras certas em conversas ou ao citar objetos, às vezes com o uso de uma palavra errada. As pessoas afetadas dessa maneira param no meio da fala, trocam palavras ou, com frequência, dizem “isso” em vez de dar o nome específico da coisa. Pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison constataram que essa dificuldade de encontrar as palavras aumentou de forma significativa durante apenas dois anos para as pessoas que desenvolviam Alzheimer.