Estresse do cuidador: duas em cada três pessoas sofrem do transtorno

Na maioria das vezes, são os familiares que atuam nos cuidados. Foto: Reprodução

Cuidar de alguém pode ser uma tarefa extremamente estressante principalmente quando a pessoa se torna dependente. A responsabilidade de se tornar cuidador após um acidente ou doença pode gerar ansiedade além do transtorno conhecido como “estresse do cuidador”.

Esse transtorno é caracterizado por uma série de sintomas que podem passar despercebido inicialmente, mas que afetam tanto o físico quanto o mental. Fortes dores nas costas e na cabeça, além de fadiga, cansaço e tonturas são os principais aspectos físicos que o estresse pode causar.

Além disso, o isolamento e a perda de relações interpessoais também são um forte sinal do estresse do cuidador. Ansiedade, depressão, alteração no sono e dificuldades de concentração são outros sintomas do transtorno.

Como nem sempre a família tem condições de contratar um profissional que possa realizar a função de cuidador, é comum que alguém da família assuma esse papel. Essa situação demanda muito trabalho, às vezes de forma integral, gerando os transtornos emocionais.

A empresária Lívian Tononi, que é responsável pela empresa de cuidadores AZO Cuidados, explica que, muitas vezes, as pessoas acabam abrindo mão de muitas atividades que realizavam antes, sejam físicas ou de trabalho, para cuidar dos familiares.

“Em muitos casos é a mulher que precisa abrir mão do próprio emprego para viver em condição de um familiar que precisa de ajuda. Fornecendo todo esse amor, a pessoa acaba esquecendo de cuidar de si mesma”, ressalta.

Para a maioria dos cuidadores, estar ao lado de um ente querido quando a pessoa precisa é necessário. Entretanto, nem sempre isso é o ideal considerando que vários cuidadores não apresentam a habilidade técnica para cuidar, o que pode gerar uma piora desta situação.

De acordo com Lívian, estima-se que duas a cada três pessoas que têm rotina de cuidador são afetadas por essa patologia. Essa carga de trabalho por muito tempo sobrecarrega a pessoa, deixando-a mais suscetível até a outras patologias.

“Quando você está bem consigo mesmo, você consegue cuidar do outro de uma maneira melhor ainda. Ao encontrar formas assertivas de cuidar de si mesmo e do familiar que está sob seus cuidados, isso gera qualidade de vida para todos da família”, finaliza.