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Bem-estar

Entenda por que o ES pode ter uma epidemia de dengue em 2024

Os dados mostram um aumento de 97% em relação a 2019, quando foram contabilizadas 50 mortes pela doença no estado

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Brasil registra segundo ano com maior número de casos de dengue da história. Foto: Pixabay

Aedes aegypti. Foto: Pixabay

O número de casos da dengue no Brasil cresceu em 2023. No Espírito Santo, o número de mortes provocadas pela doença bateu recorde: 97 óbitos confirmados até o dia 23 de dezembro, o maior número registrado na série histórica, desde 2014.

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Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e mostram um aumento de 97% em relação a 2019, quando foram contabilizadas 50 mortes pela doença no estado. Os números assustam, mas a situação pode ficar ainda pior em 2024.

Uma projeção feita pelo Ministério da Saúde, prevê um aumento de casos para esse ano e coloca o Espírito Santo (e Minas Gerais) em alerta para uma epidemia de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti – que incluem, além da dengue, zica e Chikungunya.

A infectologista Martina Zanotti, do Vitória Apart Hospital, explica que é no verão que os casos costumam aumentar. “O risco de epidemia existe por termos apresentado muitos casos em 2023. Nessa época do ano, devido ao calor e as frequentes pancadas de chuva, a proliferação do mosquito acontece de forma mais rápida, com um ciclo mais curto. As chuvas permitem a proliferação do mosquito e o aumento de casos, a disseminação acontece por termos mais mosquitos infectados”, esclarece.

O aumento no número de casos ao longo do ano passado se deve a dois fatores principais: as mudanças climáticas e o ressurgimento dos sorotipos 3 e 4 do vírus no Brasil.

“O clima tem forte influência no aumento de casos da dengue. Devido ao fenômeno El Niño, temos enfrentado mais calor e chuvas intensas, o que favorece a proliferação do mosquito. Também tivemos o ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus no Brasil (antes estavam em circulação somente os sorotipos 1 e 2), e isso faz com que as pessoas fiquem mais suscetíveis a pegar a doença. Depois de pegar a doença pelo sorotipo 1 ou 2, a pessoa fica imune aquele sorotipo. Se surge um sorotipo que muitas pessoas ainda não pegaram, teremos mais gente doente e, com isso, mais casos graves”, afirma a infectologista.

VACINA

O Ministério da Saúde anunciou no final de dezembro a incorporação da vacina da dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS). A vacinação deve começar em fevereiro, mas não será utilizada em larga escala em um primeiro momento.

Já existe vacina contra a dengue aprovada para uso no Brasil, mas até então ela estava disponível apenas na rede privada. A inclusão da vacina no Programa Nacional de Imunizações (PNI), fornecida pela rede pública, é a grande esperança para evitar uma epidemia da doença em 2024.

“Por hora, a vacina está somente na rede privada e recomendada para pessoas de 4 a 60 anos de idade, exceto para gestantes e imunodeprimidos, por se tratar de uma vacina com vírus vivo. A vacina que será fornecida pelo SUS é a mesma que já é oferecida na rede privada, mas no SUS não teremos doses para todo mundo de imediato. O público-alvo da vacinação ainda não foi definido”, afirma Martina Zanotti.

A vacina é destinada tanto para quem já teve dengue, quanto para as pessoas que ainda não pegaram a doença. “A dengue é uma grande ameaça à saúde pública. Avacinação é muito necessária, uma arma muito eficaz contra a doença. Talvez não acabe com a epidemia, mas certamente irá diminuir casos graves, hospitalizações e óbitos”, defende a infectologista do Vitória Apart Hospital.


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