Bem-estar
Dor, diarreia e sangramento: entenda as doenças intestinais
Maio Roxo reforça importância do diagnóstico precoce de doenças como Crohn e retocolite, que afetam milhões no mundo

Doenças intestinais. Foto: FreePik
O mês de maio marca uma campanha global de conscientização sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), com destaque para o Dia Mundial das DIIs, celebrado em 19 de maio. A ação, conhecida como Maio Roxo, busca informar a população sobre os riscos dessas doenças, promover o diagnóstico precoce e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
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As DIIs são condições crônicas e autoimunes que atingem o trato digestivo, fazendo com que o sistema imunológico ataque o próprio intestino. Os sintomas mais comuns incluem dor abdominal, diarreia, sangramento retal, fadiga, perda de peso e, em alguns casos, dores nas articulações.
As formas mais conhecidas dessas doenças são a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, que atingem especialmente adolescentes e adultos jovens entre 15 e 40 anos. Segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), cerca de 5 milhões de pessoas no mundo convivem com algum tipo de DII. No Brasil, a taxa de incidência gira em torno de 100 casos para cada 100 mil habitantes atendidos pelo SUS.
Diagnóstico precoce faz diferença no tratamento
De acordo com o cirurgião geral e professor do IDOMED, Arthur Peixoto, ainda existe resistência para procurar ajuda médica diante de sintomas intestinais. “Antes, esses sintomas como sangramentos e diarreia eram motivo de vergonha e poderiam até ser negligenciados”, afirma.
Peixoto ressalta que o exame de colonoscopia é fundamental para o diagnóstico das doenças inflamatórias intestinais, e que o acompanhamento médico regular é essencial para o controle da condição. Ele ainda alerta para fatores de risco: “Alterações da nossa rotina atual também podem ser gatilhos para as DIIs, como o fumo, o álcool e uma dieta desregulada”, completa.
Alimentação equilibrada ajuda no controle dos sintomas
A alimentação também tem papel relevante na rotina de quem vive com DII. Embora não exista uma dieta única, manter o equilíbrio nutricional ajuda a prevenir deficiências de nutrientes e a amenizar os sintomas.
A professora de Nutrição da Estácio, Arissa Felipe, afirma que o planejamento alimentar individualizado contribui diretamente para o bem-estar do paciente. “Ajuda na cicatrização, restauração da mucosa gastrointestinal e na prevenção de deficiências nutricionais, que podem surgir devido às restrições alimentares impostas pela doença”, explica.
Entre as orientações gerais estão:
– Fazer várias refeições ao dia, com porções menores
– Mastigar bem e comer devagar
– Ler os rótulos dos alimentos industrializados
– Higienizar corretamente frutas, verduras e legumes
Nova política nacional para atendimento a pacientes com DII
Em abril de 2025, o Senado Federal aprovou o Projeto de Lei 5307/2019, que cria a Política Nacional de Assistência, Conscientização e Orientação sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais. O texto estabelece diretrizes para acolhimento, campanhas informativas e mutirões de exames, além de garantir prazos para a realização de exames laboratoriais e de imagem em até 30 dias após a consulta médica, nos casos com suspeita clínica.
O projeto agora aguarda sanção presidencial e pode representar um avanço importante no acesso ao diagnóstico e ao tratamento das DIIs, especialmente no sistema público de saúde.
Enquanto isso, o Maio Roxo segue como um chamado à atenção para sinais que não devem ser ignorados e para o cuidado contínuo com a saúde intestinal.
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