Doença coronariana: principal causa de morte súbita em adultos

Aline Bianca, musa da Boa Vista. Foto: Reprodução/Instagram

A morte da musa da escola de samba Boa Vista, Aline Bianca, menos de 24 horas após o desfile no Carnaval de Vitória, levantou um alerta sobre o mal súbito. Embora pareça repentino, esse tipo de ocorrência tem causas que se desenvolvem ao longo do tempo, sendo a doença coronariana a principal delas.

Segundo o cardiologista Robson Chamon, do Vitória Apart Hospital, a doença coronariana é caracterizada pela obstrução dos vasos sanguíneos que irrigam o músculo do coração. Essa condição pode levar ao infarto e é a principal causa de morte súbita em adultos que praticam atividades físicas, incluindo atletas amadores acima dos 35 anos.

“Mesmo quem tem o hábito de praticar exercícios regularmente pode estar desenvolvendo a doença ao longo dos anos, sem apresentar sintomas visíveis”, explica Chamon.

Sinais de alerta

Os sintomas da doença coronariana costumam ser silenciosos, mas alguns sinais podem indicar sobrecarga do coração, especialmente durante esforços físicos. Entre eles estão cansaço excessivo para atividades rotineiras, desconforto no peito (sensação de aperto, queimação ou ardência) e dores abdominais que melhoram com o repouso.

“Se o desconforto aparece com o esforço e desaparece em repouso, isso pode ser um sinal importante. Quem percebe esses sintomas deve buscar avaliação médica imediata”, alerta o cardiologista.

Carnaval exige atenção

O cardiologista compara a intensidade do Carnaval a uma competição esportiva, seja nos desfiles ou na maratona de bloquinhos de rua.

“O calor extremo, o esforço físico intenso e a mentalidade competitiva fazem com que muitas pessoas ignorem os sinais do corpo e sigam até o limite”, explica Chamon. Por isso, ele recomenda que foliões, especialmente aqueles com mais de 35 anos, passem por uma avaliação cardiológica antes da festa.

Prevenção e avaliação médica

Manter uma rotina de atividade física regular é essencial para a saúde cardiovascular, mas não elimina a necessidade de avaliação periódica. Segundo Chamon, a consulta com um cardiologista permite identificar fatores de risco, definir metas para colesterol e glicose e estabelecer a periodicidade de exames, que pode variar de um a cinco anos, dependendo do perfil do paciente.

“A avaliação médica é fundamental para garantir segurança na prática de atividades físicas e evitar complicações graves”, conclui o especialista.

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