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Bem-estar

Distanciamento familiar voluntário cresce entre jovens. Entenda

Especialista analisa as causas e consequências do distanciamento familiar entre jovens, fenômeno que reflete mudanças na estrutura social

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Distanciamento familiar voluntário entre os jovens, impulsionado por busca de autonomia e relações tóxicas, demanda políticas públicas para mitigar isolamento social. Foto: Freepik

Distanciamento familiar voluntário entre os jovens, impulsionado por busca de autonomia e relações tóxicas, demanda políticas públicas para mitigar isolamento social. Foto: Freepik

O distanciamento familiar voluntário entre jovens surge como fenômeno complexo que desafia noções tradicionais de relacionamento. Especialistas analisam esse movimento como resposta a dinâmicas familiares problemáticas e busca por autonomia, enquanto alertam para os riscos do isolamento social extremo. A questão revela transformações profundas na forma como as novas gerações concebem vínculos e proteção à saúde mental.

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O psicólogo Alexandre Brito analisa o crescente fenômeno de jovens que cortam relações familiares. Segundo ele, as motivações variam entre dificuldade de criar vínculos e busca por liberdade de relações tóxicas. “Pode ser sinal de saúde mental quando a pessoa se recusa a se adaptar a situações abusivas”, explica. A pandemia e a vida digital aceleraram esse movimento, embora o isolamento nem sempre indique transtornos.

Brito diferencia solidão de solitude, esta última sendo uma escolha consciente para cuidar da saúde mental. No entanto, alerta que a falta de rede de apoio pode levar a comorbidades e agravar problemas psicológicos. O especialista critica a individualização dos conflitos: “Quem enfraquece os laços é o neoliberalismo, um problema social, não pessoal”. A falta de diálogo entre gerações pode aumentar desigualdades e violência.

O psicólogo defende que a terapia sozinha não basta, precisando ser associada a políticas públicas. “A família precisa se transformar em espaço protetivo, não de violação de direitos”, afirma. Brito sugere estabelecer limites nas relações ao invés de cortes radicais: “Até para comprar pão dependemos de outros”. A seleção de vínculos saudáveis aparece como alternativa ao isolamento completo.

Brito prevê uma reorganização, não extinção, das estruturas familiares. “Novos arranjos e direitos estão surgindo com as mudanças sociais”, observa. O especialista conclui que famílias tóxicas tendem a não se sustentar no mundo contemporâneo, dando espaço a relações mais saudáveis e igualitárias. A transformação familiar aparece como processo inevitável na sociedade atual.

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