Dia do Combate ao Alcoolismo: onde procurar ajuda no ES

Uma em cada três pessoas consome álcool pelo menos uma vez na semana. Foto: iStock

O dia 18 de fevereiro é marcado pelo Dia do Combate ao Alcoolismo, data criada para conscientização sobre os males que acarreta o consumo exagerado ao álcool. Por mais que a bebida alcoólica seja uma droga lícita e aceita pela sociedade, é importante que o tema sempre esteja em debate. Os abusos com a bebida podem gerar complicações tanto nos indivíduos que consomem quanto nos familiares.

De acordo com o relatório “Álcool e a Saúde dos Brasileiros – Panorama 2022“, feito pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), entre 2019 e 2020, os óbitos ocasionados pelo álcool tiveram uma alta de 24%. Já as mortes que tiveram o álcool como motivo indireto, como acidente de trânsito ou violência, aumentaram em 1%. Por outro lado, as internações relacionadas ao álcool como quedas e doenças respiratórias tiveram uma diminuição, principalmente por conta da pandemia de Covid-19.

O médico hepatologista André Santos conta que consumir bebida alcoólica de forma exagerada é um fator que pode causar centenas de doenças e lesões no corpo. “Exagerar no álcool traz diversos riscos de desenvolver algum problema de saúde, como a própria dependência. Cirrose hepática, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer são os casos mais comuns”, pontua Santos.

No contexto brasileiro, o médico alerta que o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, CISA, define uma quantidade padrão para o consumo de forma social. “Para o Brasil, é definido que uma dose padrão é de 14g de etanol puro, mais ou menos 350 ml de cerveja. Mesmo que tenha essas definições, é importante se atentar porque cada pessoa tem uma tolerância diferente”, afirma o hepatologista.

A estudante Gabriela* conta que o pai bebia de forma muito exagerada e sumia depois do trabalho para beber. De acordo com ela, quando o pai chegava em casa de madrugada, sempre deixava as coisas cair e fazia barulho, acordando a casa inteira. “Eu não gostava de ver ele bêbado porque eu sabia que não era meu pai ali. Quando ele fica alterado, ele se torna uma pessoa extremamente desrespeitosa”, explica a estudante.

Ela comenta que o pai diminuiu a quantidade de bebida porque começaram a apareceram problemas de saúde perigosos. “Mas foi só por isso também [que ele parou de beber], acho que mesmo com todo mundo pedindo, nada iria fazer ele parar. Ainda vejo ele, hora ou outra, bebendo no quintal e sinto algo muito ruim. Prefiro fingir que não vi para não lembras de coisas ruins”, conta Gabriela.

Tratamento Gratuito

No Espírito Santo, o governo do estado tem o programa do Centro de Acolhimento e Atenção Integral sobre Drogas (CAAD), com a Rede Abraço. O CAAD é uma porta de entrada para atender dependentes de álcool e outras drogas, e as famílias que também passam por esse sofrimento. O programa conta com uma equipe de médicos que fazem o atendimento de acordo com cada caso. São três unidades do CAAD no Espírito Santo.

CAAD Vitória

• Endereço: Rua 13 de maio, nº 47, Centro.
• Telefone: 0800 028 1028
• Funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

CAAD Cachoeiro 

• Endereço: Rua Doutor Raulino de Oliveira, 56. Centro.
• Telefone: 0800 028 1028
• Funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

CAAD Linhares

• Endereço: Avenida Hans Schmoger, 333. Bairro Nossa Senhora da Conceição.
• Telefone: 0800 028 1028
• Funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

Além do programa estadual, também existe o Alcoólicos Anônimos. O AA é uma organização que faz reuniões, diárias ou semanais, com o objetivo de que as pessoas compartilham suas experiências numa tentativa de ajudar os alcoólatras a diminuir o consumo do álcool para chegar na sobriedade. Na Grande Vitória são mais de 20 locais de atuação do grupo e os endereços podem ser conferidos no site da organização.

*nome fictício

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