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Bem-estar

Combinação perigosa: veja remédios que não se deve misturar

O uso abusivo e a combinação de medicamentos podem dificultar o diagnóstico de uma doença e desencadear graves reações imunológicas no organismo

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Combinar certos medicamentos pode trazer graves consequências ao organismo. Foto: topntp26/Freepik

Combinar certos medicamentos pode trazer graves consequências ao organismo. Foto: topntp26/Freepik

Os medicamentos podem ajudar em muitos momentos, sendo um recurso utilizado para obter cura ou alívio. No entanto, muitos deles causam efeitos colaterais e, por mais que tenham sido criados para o combate de doenças, eles também podem oferecer riscos a saúde. O abuso e misturas de remédios podem levar a consequências perigosas para o organismo.

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A automedicação é uma prática comum no Brasil e em diversos outros países, mas os fármacos devem ser encarados de forma séria. O professor Dyego Carlos Souza, do Departamento de Ciências Farmacêuticas da Ufes, chama atenção para esse uso desenfreado. “O uso de medicamentos sem a orientação de um profissional pode trazer mais prejuízos que benefícios”, alerta.

Esse abuso de medicação pode, por exemplo, dificultar o diagnóstico de uma doença. “O uso pode esconder os sinais e sintomas, atrasando o diagnóstico e, consequentemente, o início de um tratamento adequado”, diz.

Um exemplo da necessidade de cautela, é a recente descoberta sobre o paracetamol ser a principal causa de falência hepática nos EUA e no Reino Unido. Apesar de ser um medicamento seguro, o abuso, em altas doses e em conjunto a bebidas alcoólicas, pode representar graves riscos ao fígado. “No caso do paracetamol, é recomendado usar, no máximo, 4 gramas por dia. Isso equivale a 8 comprimidos de Paracetamol de 500mg ou 5 comprimidos de Paracetamol 750 mg. Apesar dessa recomendação, é importante destacar que esse limite pode ser menor a depender da idade, da presença de outras doenças e do uso de outros medicamentos”, explica Dyego.

Segundo um levantamento do Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológica (Sinitox), ligado ao Instituto Fio Cruz, no Brasil os medicamentos são os principais responsáveis por intoxicação humana superando venenos, drogas e agrotóxicos.

De acordo com Dyego, ainda existe o risco da ocorrência de interações medicamentosas. Alguns remédios, quando utilizados juntos, podem ocasionar um aumento ou redução do efeito. “Se aumentar o efeito do medicamento, a pessoa pode apresentar sinais e sintomas de intoxicação. Se diminuir, o problema de saúde não será tratado de forma adequada. Algumas vezes, a interação entre as medicações podem ser tão prejudicial que será necessário trocar um dos medicamentos”, esclarece ele.

Confira algumas combinações perigosas:

Anticoncepcional + antidepressivo fitoterápico (hipérico ou erva de São Jorge)

  • Diminuição em até 60% o efeito contraceptivo da pílula.

Anti-inflamatórios + ácido acetilsalicílico (aspirina)

  • Risco de causar irritação na mucosa gástrica devido a um efeito somatório, aumentando o risco de desenvolvimento de gastrite e úlceras.

Anti-inflamatórios + paracetamol

  • Perigo de gerar problemas renais, levando a quadros hepáticos.

Antidepressivos + antigripal (anfetamina)

  • Perigo de gerar grande aumento da pressão, levando até a delírios.

Anti-inflamatórios + corticoides

  • Aumenta a retenção de líquidos e sal, causando inchaço, e pode levar ao aumento de pressão. Pode também irritar o estômago, gerando, em alguns casos, sangramentos e formação de úlceras.

Antiácidos + antibióticos

  • Pode interferir na absorção do antibiótico, diminuindo sua eficiência.

Anti-hipertensivo + calmantes

  • Causa sonolência e queda de pressão.

Remédios para disfunção erétil + antidepressivos

  • Aumenta os riscos de priapismo, quando o pênis fica ereto por mais de seis horas, causando problemas para o órgão.

Anticoncepcional + anti-inflamatórios

  • Perigo de sangramentos.

Colírios + descongestionantes nasais

  • Perigo de gerar aumento de pressão, especialmente em idosos e crianças.

Anti-hipertensivo + diurético

  • Pode levar a perda de sais minerais, causando desidratação e problemas renais.

Anticoncepcional + antibiótico

  • Alguns tipos de antibióticos podem causar alterações pontuais no metabolismo do anticoncepcional.

Remédios para emagrecer + antidepressivo

  • Perigo de taquicardia e aumento da pressão arterial.

Inibidores de apetite + ansiolíticos

  • Perigo do paciente sentir irritabilidade, confusão mental, alterações de batimentos cardíacos e tontura.

Anticoncepcional + hormônios femininos, como estrógeno

  • Dependendo da pílula pode haver excesso de estrógeno, aumentando o risco de coagulação sanguínea.

Anticoagulantes + antifúngicos

  • Ocorre alteração no metabolismo dos medicamentos e perigo de arritmias cardíacas.

Anticoagulante + anti-inflamatório

  • Riscos de hemorragia.

O que fazer ao misturar medicamentos

Se uma pessoa estiver fazendo uso de vários medicamentos, é importante entrar em contato com um médico ou farmacêutico. Esses profissionais poderão avaliar a existência de interações e os riscos associados ao uso desses medicamentos. Por isso, é fundamental fornecer informações detalhadas sobre todos os medicamentos e plantas medicinais que está fazendo uso.

Além disso, é importante que a pessoa não faça ajustes no uso dos medicamentos ou interrompa o tratamento por conta própria. Isso pode agravar a situação ou afetar negativamente o tratamento.


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