Calor aumenta em até 30% as queixas de doenças venosas

Consulte um especialista e adote hábitos simples para cuidar da sua circulação durante os dias de calor. Foto: Reprodução

Além do aumento da transpiração e da sensação de desconforto térmico, o calor vivenciado no verão também causa outro efeito: as altas temperaturas podem piorar os sintomas das doenças venosas, como varizes ou insuficiência venosa. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, as queixas relacionadas a essas doenças podem aumentar de 20% a 30% nos períodos mais quentes do ano, como o verão.

O angiologista e cirurgião vascular Fernando Silveira, da Cardiodiagnóstico, explica que as varizes são veias dilatadas e tortuosas e que não cumprem adequadamente a função de trazer de volta o sangue das pernas para o coração.

“Em períodos de temperaturas elevadas, naturalmente, ocorre uma vasodilatação, ou seja, uma dilatação maior dos vasos sanguíneos, cujo objetivo é tentar resfriar o corpo. Com isso, se intensificam os sintomas como inchaços e a sensação de dor ou de peso nas pernas, sobretudo em pessoas que já convivem com doenças venosas”, afirma o médico.

As mulheres são mais predispostas a sofrerem com as varizes, que podem atingir até 45% da população feminina. Esse problema vascular também tende a se tornar mais comum à medida que avança a idade dos indivíduos.

Além disso, fatores comuns do período do verão, como aumento de viagens longas e maior exposição ao sol, podem agravar a condição de pacientes com doenças venosas. “A falta de movimentação em trajetos prolongados e a desidratação são fatores que aumentam o risco de complicações, como a trombose venosa profunda. É fundamental manter-se bem hidratado e realizar pausas durante viagens para a realização de pequenas caminhadas ou alongamentos”, orienta o também angiologista e cirurgião vascular Vitor Krohling.

Como minimizar os desconfortos?

Para minimizar os impactos das altas temperaturas na saúde vascular, os médicos recomendam algumas medidas simples e eficazes:

• Hidratação constante: beber água regularmente ajuda a manter a circulação saudável e evita o acúmulo de líquidos nos membros inferiores.
• Movimentação regular: praticar exercícios leves, como caminhadas, melhora o retorno venoso e alivia o inchaço.
• Elevação das pernas: sempre que possível, descansar com as pernas elevadas facilita o fluxo sanguíneo.
• Evitar exposição prolongada ao calor: permanecer por muito tempo em locais quentes pode intensificar os sintomas.
• Cuidar da alimentação: alimentos ricos em fibras, antioxidantes e vitamina C ajudam a fortalecer os vasos sanguíneos e a reduzir inflamações.
• Usar meias de compressão, se indicado: em casos de predisposição a problemas vasculares, meias de compressão auxiliam no retorno venoso e diminuem o desconforto.

Os médicos indicam ainda que as disfunções venosas devem, preferencialmente, ser avaliadas por profissionais, para evitar a progressão dos casos, que, com o passar do tempo, podem resultar em problemas mais graves, como úlceras venosas e tromboses.

Alimentação pode ajudar a saúde vascular em dias de calor?

Existem grupos de alimentos que podem ser benéficos para a circulação sanguínea. De acordo com a nutricionista Luciana Lube, é importante reforçar, no entanto, que o consumo de determinados alimentos, de forma isolada, não é capaz de prevenir varizes, mas alguns deles ajudam a proteger o sistema circulatório.

“As frutas cítricas, como a laranja e a acerola, são ricas em vitamina C e têm propriedades antioxidantes e anticoagulantes, sendo as precursoras do colágeno, proteína que garante a elasticidade dos vasos sanguíneos. Os alimentos ricos em ômega-3, como o salmão, a sardinha e a chia, também são benéficos para o sistema circulatório e as pessoas não devem esquecer que manter-se adequadamente hidratado também é primordial”, afirma.

Segundo a nutricionista Amanda Faioli, os alimentos de cor roxa, como beterraba, açaí, berinjela, uva, repolho roxo são fontes de antocianina, um fitoquímico protetor da saúde vascular. Mas é sempre importante lembrar que somente a dieta não é capaz de tratar problemas circulatórios, que precisam ser acompanhados por um médico especializado”, orienta.

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