Bem-estar
Body Positive: movimento ganha adesão de Paolla Oliveira. Entenda!
Hoje, vemos que há um grande debate sobre a importância de um conceito de beleza que seja mais diverso e inclusivo
Durante alguma fase de sua vida, você já sentiu que não se adequava a um padrão de beleza estabelecido pela mídia e reforçado diariamente pela sociedade? Por muito tempo fomos levados a acreditar que um corpo perfeito é aquele corpo praticamente inalcançável. No entanto – e felizmente -, cada vez mais celebridades têm se manifestado sobre o assunto e dado novos significados à beleza. Hoje, vemos que há um grande debate sobre a importância de um conceito de beleza que seja mais diverso e inclusivo.
Recentemente, a atriz Paolla Oliveira usou as redes sociais para fazer um apelo sobre a beleza e a quebra de padrões ditados pela sociedade. Ela revelou ainda a dificuldade em conseguir trabalhos por causa do corpo cheio de curvas. Afirmou ainda que essa dificuldade em conseguir trabalhos fez com que ela se adaptasse a novos lugares. Segundo seu relato, ela procurou outras qualidades como atriz e se adaptou a novas propostas tendo em vista essa dificuldade.
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No entanto, a busca pelo corpo perfeito, aquele que se encaixa nos padrões de beleza impostos pela sociedade, pode ser vista diariamente em clínicas, academias ou em rodas de bate-papo sobre aquele último regime “milagroso”. Esta obsessão pela imagem leva as pessoas a estabelecerem metas, muitas vezes irreais e descompassadas, sem medirem sacrifícios nem consequências. Assim, sentir-se bem com o próprio corpo fica difícil em meio a uma ditadura da estética, que incentiva o uso de drogas, incompatíveis exercícios físicos ou cirurgias plásticas.
A psicóloga Layza Rockenbach comenta que somos bombardeados na mídia com fotos de pessoas com corpos belos, e acaba sendo muito difícil não nos compararmos e não tentar nos encaixarmos dentro desse padrão. “Porém, viver uma busca inalcançável pela beleza pode trazer danos à saúde física – como os riscos de se submeter as cirurgias desnecessárias -, quanto a saúde mental, podendo acarretar em transtornos alimentares, depressão e transtorno dismórfico corporal”, alerta.
Cada dia aumenta a demanda nos consultórios de psicologia por pessoas com distúrbio de imagem. A psicóloga explica que as pessoas que vivem intensamente essa busca pela perfeição, sofrem uma distorção de imagem, e criam um foco obsessivo, o que as fazem ignorar os limites do próprio corpo e se colocam em risco. Como no caso da anorexia, por exemplo, que é ó transtorno psicológico com maior índice de mortalidade, a pessoa chega a ficar dias sem comer alimento algum, o que as leva à desnutrição, falência dos órgãos e pode levar ao óbito.
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A quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus abriu espaço para o maior uso das redes sociais. Se os padrões mudaram ao longo da história (e sempre tiveram suas variantes regionais), hoje a influência das redes sociais praticamente globalizou por completo as formas idealizadas de estética. As milhares de influenciadoras que vendem corpos esculturais e rostos perfeitos contribuem para uma uniformização do que é a beleza.
“A rede social nos bombardeia de fotos retratando corpos perfeitos e estilos de vida invejáveis, e inalcançáveis para a nossa rotina. Isso é algo prejudicial quando a gente tenta ser igual. Mas também pode ser algo positivo, quando a gente entende que o papel do influenciador digital é de influenciar, motivar, e não de comparar e copiar. Por exemplo, quando eu entro na rede social da Sabrina Sato, eu tenho que ter em mente que a minha vida é diferente, minha condição social, minha rotina, meu corpo é diferente da dela, mas eu posso entrar lá e me motivar, e pegar dicas do que ela fala que se encaixam e fazem sentido na minha vida. Isso é saudável. Esse deveria ser o papel dos influenciadores na verdade”, frisou Layza.
Para a psicóloga, é muito importante mulheres famosas mostrarem seus corpos reais. Afinal, mulheres reais não tem photoshop do mundo real. Mulheres tem celulite, estria, rugas, gordurinhas e outras imperfeições que as fazem únicas e reais. E quando uma atriz como a Paolla Oliveira, que para os olhos de todos sempre esteve dentro dos ditos “padrões de beleza”, abraça o movimento Body Positive e mostra seu corpo real, é muito significativo e representativo.
“É muito importante famosas aderirem ao movimento Body Positive, que é justamente a aceitação do próprio corpo como ele é. Com ou sem celulite, com ou sem estria, gordo ou magro, com rugas, flacidez, manchas, cicatrizes e outras imperfeições e características que nos fazem reais e singulares. Um corpo real que não segue um padrão de beleza estabelecido, e sim o próprio padrão de beleza. Um corpo real que não segue um padrão de beleza estabelecido, e sim o próprio padrão de beleza”, lembrou a psicóloga.
Mas vale ainda ressaltar, que a aceitação não significa acomodar com o que te incomoda. Layza esclarece que aceitar o seu corpo, se amar do jeito que você é, não significa se conformar e viver infeliz com o que não te agrada em você. A pessoa pode se ver bela com alguns quilos a mais e mesmo assim se alimentar de forma saudável e se exercitar para poder melhorar o corpo dela. Um bom exemplo é a atriz Cleo Pires, que engordou 20kg, e mesmo assim ela não escondia seu corpo, publicava fotos de biquíni e simultaneamente mostrava seu processo de emagrecimento.
“É super saudável buscar a nossa melhor versão, olhar no espelho e sentir bonita, se cuidar, não tem problema nisso. Mesmo porque é comprovado o benefício de ter um estilo de vida saudável, comer bem, fazer atividade física e até mesmo dormir bem. Devemos ficar atentas quando essa busca por se sentir bonita nos causa sofrimento, quando a gente acredita que só será feliz quando tiver um corpo X. O importante é se amar e se respeitar, entender que um corpo real é bonito e ter um estilo de vida equilibrado”, ressaltou Layza.

Cléo Pires. Foto: Reprodução/Instagram
