Bem-estar
Atenção, mulheres: beber 1 lata de refrigerante todo dia eleva risco de câncer
No caso das mulheres, o aumento representa 85% no risco de desenvolver a doença

Mais de 98 mil mulheres foram acompanhadas ao longo de 20 anos para saber o resultado. Foto: Freepik
Mulheres que consomem pelo menos uma lata de refrigerante com açúcar por dia apresentam um aumento de 85% no risco de desenvolver câncer de fígado no futuro, de acordo com um novo estudo realizado pela Escola de Medicina de Harvard nos Estados Unidos.
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“Em mulheres pós-menopausa, em comparação com o consumo de 3 ou menos porções de bebidas açucaradas por mês, aquelas que consumiram 1 ou mais bebidas açucaradas por dia tiveram uma incidência maior de câncer de fígado e morte por doença hepática crônica. Estudos futuros devem confirmar essas descobertas e identificar as vias biológicas dessas associações”, concluiu o estudo.
Os pesquisadores examinaram informações de saúde de mais de 98 mil mulheres norte-americanas na fase pós-menopausa, entre 50 e 79 anos, ao longo de 20 anos. Essas mulheres eram participantes do programa Women’s Health Initiative, promovido pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA.
Cerca de 6,8% das participantes, equivalente a aproximadamente sete em cada 100, relataram consumir uma ou mais porções de bebidas açucaradas diariamente. Enquanto isso, 13,1% delas, ou seja, 13 em cada 100, consumiam uma ou mais bebidas adoçadas artificialmente todos os dias.
As mulheres que ingeriam diariamente uma ou mais latinhas de refrigerante com adição de açúcar demonstraram um risco notavelmente maior de serem diagnosticadas com câncer de fígado, quando comparadas às mulheres que consumiam menos de uma lata por semana.
Além disso, aquelas que tinham esse hábito diário apresentavam uma probabilidade 68% maior de falecer devido a doenças hepáticas, em comparação com as mulheres que bebiam até três refrigerantes por mês. No decorrer das duas décadas de estudo, 150 participantes faleceram devido a essa condição, o que os pesquisadores consideraram um risco geral bastante baixo.
É importante ressaltar que este estudo é do tipo observacional, ou seja, não estabelece uma relação de causa e efeito. Apesar de não terem identificado precisamente o mecanismo pelo qual o consumo de bebidas açucaradas está ligado à doença hepática, os pesquisadores mencionam que o consumo de açúcar está associado à obesidade, ao acúmulo de gordura no fígado e ao aumento dos níveis de glicose no sangue, todos considerados fatores de risco para esse problema.
Os cientistas não encontraram qualquer ligação entre o aumento do risco de câncer de fígado e adolescentes artificiais, como o aspartame. Este ingrediente foi alvo de controvérsia após a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) como “possivelmente cancerígena” em 13 de julho.
