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Bem-estar

Antidepressivos: o que é mito e o que é verdade sobre os efeitos

Especialistas esclarecem dúvidas comuns sobre ganho de peso, vício e impactos na vida sexual

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Três cartelas de remédios no fundo preto.

Muitas pessoas temem que os antidepressivos alterem quem elas são. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Os antidepressivos são cercados por dúvidas e mitos. Entre as afirmações mais comuns, estão preocupações com ganho de peso, dependência e efeitos sobre a vida sexual. Embora algumas dessas questões tenham fundamento, é essencial compreender as nuances, segundo especialistas.

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Muitas pessoas temem que os antidepressivos alterem quem elas são. De fato, os medicamentos podem aliviar sintomas de depressão, permitindo que os pacientes experimentem maior bem-estar.

“Quando os antidepressivos funcionam corretamente, os pacientes devem continuar a sentir uma variedade de emoções, mesmo que a tristeza que costumavam sentir todos os dias tenha desaparecido”, disse Laine Young-Walker, chefe do departamento de psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade do Missouri.

No entanto, até metade das pessoas pode relatar um certo embotamento emocional, geralmente associado a doses altas. Caso isso ocorra, ajustar a medicação com o médico pode ser uma solução.

Efeito nos hábitos alimentares

O ganho de peso é uma preocupação recorrente. Em média, pacientes ganham entre meio quilo e um quilo e meio após dois anos de uso. Porém, esse impacto varia. Medicamentos como os Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS) e Inibidores Seletivos da Recaptação de Noradrenalina (ISRN) podem causar perda de apetite no início, mas tendem a levar ao ganho de peso a longo prazo.

Em contrapartida, a bupropiona é uma opção que tende a minimizar esse efeito. Para alguns, como Jonathan E. Alpert, chefe do departamento de psiquiatria do Montefiore Einstein, contam que o aumento de peso reflete a melhora do apetite com a estabilização do humor.

Funcionamento e tempo de resposta

Os efeitos dos antidepressivos costumam surgir entre quatro e seis semanas após o início do tratamento. No entanto, pode ser necessário experimentar mais de um medicamento para obter o resultado desejado, já que cada organismo reage de forma diferente.

“Muitas das pessoas com quem trabalho que tiveram mais sucesso com antidepressivos tentaram alguns deles, dois ou três, porque, como acontece com muitas coisas na vida, um tamanho não serve para todos”, disse Naomi Torres-Mackie, psicóloga clínica de Nova York.

Efeitos na vida sexual

Problemas sexuais são relatados por mais da metade dos usuários, especialmente com ISRS e ISRN. Redução da libido e atraso no orgasmo estão entre os efeitos mais comuns. No entanto, a própria depressão não tratada também pode causar dificuldades nesse aspecto.

Algumas pessoas relataram que os problemas sexuais persistiram mesmo após interromperem o uso de ISRS, uma condição chamada disfunção sexual pós-ISRS. A frequência dessa ocorrência ainda não foi devidamente quantificada pelos pesquisadores.

Antidepressivos viciam?

Esses medicamentos não são considerados viciantes, pois não geram desejo compulsivo. No entanto, podem causar sintomas de abstinência ao serem suspensos abruptamente. Por isso, qualquer mudança deve ser acompanhada por um médico.

No final das contas, “o que mais nos preocupa é o bem-estar das pessoas e a melhoria da sua saúde mental”, disse Torres-Mackie.

*Com informações de O Globo.


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