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Bem-estar

Abril Marrom: Conheça doenças que podem causar cegueira 

De acordo com a OMS, 80% dos casos poderiam evitar a cegueira se a doença fosse tratada precocemente

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O médico Alexandre Grobberio Pinheiro faz alerta sobre risco da cegueira. Foto: Divulgação

A campanha Abril Marrom chama atenção para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce das doenças que levam à cegueira. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% dos casos poderiam ser evitados. No Espírito Santo, dados da Secretaria de Direitos Humanos (SEDH) mostram que, entre as 276,3 mil pessoas com deficiência no estado, 50,8% apresentam algum grau de deficiência visual — um alerta sobre a necessidade de ampliar o acesso aos cuidados oftalmológicos.

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Entre as principais causas de perda da visão estão doenças que, muitas vezes, evoluem silenciosamente. A oftalmologista Liliana Nóbrega destaca que a catarata é uma das condições mais frequentes, ocorrendo quando o cristalino perde a transparência e a visão fica embaçada. “A boa notícia é que a cirurgia é um procedimento seguro e eficaz para restaurar a visão”, afirma.

Outro problema grave é o glaucoma, causado pelo aumento da pressão intraocular que danifica progressivamente o nervo óptico. “Dependendo do tipo, o glaucoma é silencioso. Quando os sintomas aparecem, o dano já pode ser irreversível. Por isso, é essencial realizar exames oftalmológicos regularmente para detectar e controlar a doença antes que ela comprometa a visão de forma severa”, explica a médica.

Entre as doenças ligadas a outras condições de saúde está a retinopatia diabética, uma complicação do diabetes que afeta os vasos sanguíneos da retina. Ela pode causar manchas escuras e visão turva. “O controle rigoroso da glicemia reduz significativamente o risco de agravamento e evita a necessidade de intervenções mais invasivas”, alerta Liliana.

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A oftalmologista Liliana Nóbrega diz que muitas doenças que levam à cegueira poderiam ser evitadas. Foto: Divulgação

Também relacionada ao envelhecimento, a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) prejudica a visão central por causa do desgaste natural da mácula. Diagnóstico precoce e acompanhamento médico ajudam a retardar a progressão da doença e preservar a qualidade de vida.

O oftalmologista Alexandre Grobberio Pinheiro, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e diretor da Macrovisão Oftalmologia, lembra que erros de refração como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia, se não tratados, também afetam a visão e o bem-estar. A correção pode ser feita com óculos, lentes ou cirurgias.

Segundo Pinheiro, grande parte dessas doenças não apresenta sintomas nas fases iniciais. “Como médico, educador e cidadão, faço um apelo à população: cuide dos seus olhos. Agende seus exames, incentive seus familiares e esteja atento aos sinais. A maior parte das doenças oculares pode ser controlada quando identificada no início”, ressalta.

Hábitos saudáveis ajudam a proteger os olhos

O especialista também orienta sobre cuidados importantes para preservar a saúde ocular: fazer consultas regulares, ter uma alimentação rica em antioxidantes, controlar doenças como diabetes e hipertensão, usar óculos com proteção UV, evitar colírios sem prescrição e manter uma rotina ativa.

Abril Marrom: prevenção e reabilitação da cegueira

Criada em 2016 pelo oftalmologista Suel Abujamra, a campanha Abril Marrom tem como objetivo conscientizar a população sobre a prevenção, o tratamento e a reabilitação da cegueira, além de promover a inclusão de pessoas com deficiência visual.

Abril foi escolhido por incluir o Dia Nacional do Braille (08/04), data que homenageia o nascimento de José Álvares de Azevedo, responsável por trazer esse sistema de leitura ao Brasil em 1850. Já a cor marrom remete à tonalidade predominante da íris da população brasileira.