Segundo a doutora Cilea Martins, a exposição à fumaça é perigosa tanto para pessoas com problemas respiratórios preexistentes quanto para aquelas que não apresentam doenças desse tipo. “A fumaça contém monóxido de carbono, aldeídos e metais pesados, que podem causar lesões no nariz e nos pulmões”, alerta a especialista. A inalação dessas substâncias pode provocar o fechamento dos broncos e aumentar a produção de secreções, facilitando infecções virais e bacterianas.
Monóxido de carbono: um perigo silencioso
Um dos grandes perigos da fumaça é a presença de monóxido de carbono, um gás invisível e inodoro. Mesmo sem sentir cheiro, as pessoas estão inalando essa substância, que compete com o oxigênio na hemoglobina. Isso pode agravar crises de asma, causar bronquites e, em casos extremos, até infartos e AVCs. Segundo Martins, “o monóxido de carbono é extremamente lesivo, justamente porque não apresenta sinais evidentes, como cheiro ou cor”.
A médica ressalta que qualquer contato com essa fumaça, mesmo que passageiro, pode ser prejudicial, dependendo da condição imunológica da pessoa. Indivíduos com imunidade baixa, como diabéticos, cardiopatas e pessoas com doenças respiratórias crônicas, são especialmente vulneráveis. Para aqueles que não se cuidam adequadamente, a fumaça pode desencadear crises graves, como pneumonias virais ou bacterianas.
Como minimizar os impactos da fumaça
A pneumologista Cilea Martins recomenda algumas medidas para reduzir os impactos da fumaça na saúde. Manter-se hidratado é uma das principais orientações, já que a hidratação ajuda a proteger a mucosa nasal e pulmonar. “Lavar o nariz com soro fisiológico e utilizar medicações específicas para doenças respiratórias pré-existentes são cuidados importantes”, explica.
Dentro de casa, a médica sugere o uso de umidificadores e a prática de deixar recipientes com água em ambientes fechados. Evitar a exposição ao ar-condicionado por longos períodos também é uma medida preventiva, já que o ar seco pode ressecar as vias respiratórias. Outro ponto destacado pela pneumologista é o uso de óculos escuros, que ajudam a prevenir conjuntivites causadas pela fumaça.
Sintomas e sinais de alerta
Os primeiros sintomas causados pela inalação da fumaça podem variar de tosse persistente a dificuldade respiratória, lábios e unhas arroxeados e até febre. A doutora alerta que esses sinais indicam a necessidade de procurar atendimento médico imediatamente. “Se o paciente começar a sentir cansaço, ofegância ou apresentar tosse frequente, é fundamental buscar ajuda antes que o quadro evolua”, enfatiza.
A médica também prevê um aumento na procura por atendimentos médicos nos próximos dias, especialmente entre crianças e idosos. Segundo Martins, esses grupos são os mais suscetíveis aos efeitos da fumaça devido à baixa imunidade e às comorbidades associadas, como diabetes e doenças cardíacas.
Para concluir, a especialista reforça a importância de medidas preventivas, como a vacinação contra gripe e a manutenção de uma boa alimentação. Ela também recomenda que, após o período de exposição à fumaça, as pessoas deixem suas casas arejadas e expostas ao sol, para eliminar a presença de ácaros e bactérias que se acumulam em ambientes fechados.