Dia Nacional da Cachaça: produtora de Guarapari destaca diferenças da bebida

Em entrevista à BandNews FM Espírito Santo, produtora da Cachaça 3R e cachacier, Renata Rodrigues, compartilhou suas percepções sobre a cachaça, a bebida genuinamente brasileira que possui um universo próprio, repleto de curiosidades e tradições. Renata destacou a importância da cachaça no cenário nacional, esclarecendo as principais diferenças entre cachaça e aguardente, além de desmistificar algumas crenças comuns.

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A cachaça é, sem dúvida, um produto tipicamente brasileiro, e, como tal, possui regulamentações específicas. “Para ser considerada cachaça, tem que ser produzida no Brasil, só pode ser produzida no Brasil”, afirma Renata. A exclusividade da produção no país é apenas uma das características que definem a cachaça, diferenciando-a de outras aguardentes produzidas em diferentes partes do mundo. Ela também esclarece que a cachaça é feita exclusivamente do caldo de cana cru, enquanto aguardentes podem ser produzidas a partir de outras fontes vegetais.

Parâmetros de produção da cachaça

Outro ponto importante abordado na entrevista é o teor alcoólico, que na cachaça deve estar entre 38% e 48%, enquanto a aguardente pode alcançar até 54%. Essa variação não apenas diferencia as bebidas em termos de legalidade e denominação, mas também reflete nas preferências dos consumidores, que variam de região para região. Renata comenta que, em certas partes do Brasil, há uma preferência por cachaças com teor alcoólico mais alto, como as da Paraíba, onde “as paraibanas gostam da 54%”.

Além do teor alcoólico, Renata destacou as etapas do processo de destilação, enfatizando a importância de separar adequadamente as fases da produção para garantir a qualidade da cachaça. “A cabeça é indesejável para o consumo humano”, explicou, referindo-se à primeira parte do processo de destilação, que deve ser descartada. A fase mais valorizada, chamada de “coração”, é onde a cachaça atinge seu ápice de pureza e sabor, sendo posteriormente envelhecida em barris de madeira, o que acrescenta características únicas à bebida.

A diversidade de madeiras e sabores

Um dos grandes diferenciais da cachaça, segundo Renata, é a possibilidade de envelhecimento em mais de 30 tipos diferentes de madeira, cada um conferindo cor, aroma e sabor específicos à bebida. “É a única bebida do mundo que pode ser envelhecida em mais de 30 tipos de madeira”, diz Renata, destacando que essa diversidade faz da cachaça uma bebida singular e extremamente versátil.

Para aqueles que desejam explorar o universo da cachaça, Renata sugere experimentar os diferentes tipos de envelhecimento, desde o Jequitibá Rosa até o Carvalho Europeu. Cada tipo de madeira oferece uma experiência sensorial distinta, o que torna a degustação da cachaça uma verdadeira jornada de sabores. “A gente prefere sempre as madeiras neutras e as docinhas”, comenta, reforçando que o perfil do consumidor pode variar conforme a preferência por madeiras mais adocicadas ou mais robustas.

Harmonização e consumo consciente

Renata também abordou a harmonização da cachaça, destacando que a bebida pode ser apreciada de diversas maneiras, dependendo da sua característica. Para ela, o mais importante é a boa companhia e o momento certo para degustar a cachaça. “Na verdade, bons amigos, né? Boa companhia”, reflete Renata, sugerindo que, para harmonizar com alimentos mais gordurosos, cachaças com maior tanino são ideais, enquanto as mais leves e florais combinam com pratos mais delicados, como sushi e carpaccio.

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