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Atlas destaca diversidade e desafios das mulheres no ES
O Atlas das Mulheres do Espírito Santo, coordenado por Jaqueline Sanz, busca mapear a pluralidade das vivências femininas no estado
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Em entrevista à BandNews FM Espírito Santo, coordenadora do estudo Atlas das Mulheres do Espírito Santo, Jaqueline Sanz, apresentou o estudo inédito que será lançado no Espírito Santo. O projeto, que conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa (FAPES) e do Instituto Jones, visa mapear a diversidade e os desafios enfrentados por mulheres no estado. Segundo Sanz, o objetivo do Atlas não é focar na violência, como o já conhecido Atlas da Violência, mas sim na pluralidade da experiência feminina.
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Inovação e metodologia
O Atlas das Mulheres do Espírito Santo, previsto para ser concluído em 2025, é o primeiro estudo do tipo no Brasil. Jaqueline destaca que “não há no Espírito Santo, nem no país, um documento com essa perspectiva, que busca entender a heterogeneidade do ser mulher”. A pesquisa adota uma abordagem metodológica dupla: quantitativa e qualitativa. De um lado, a análise de dados fornecidos pelo Instituto Jones, e, de outro, rodas de conversa que exploram as vivências das mulheres.
A pesquisa irá abordar 18 segmentos, considerando diferentes aspectos, como etnia, território e ocupação. “Vamos perguntar: o que é ser mulher quilombola, mulher cigana, ou mulher em territórios periféricos?”, explicou Sanz. Dessa forma, o estudo pretende identificar as características e desafios específicos de cada grupo.
Diversidade de segmentos e recortes
Um dos aspectos inovadores do Atlas é a inclusão de mulheres de diferentes áreas e contextos sociais. A pesquisa irá além da Grande Vitória, contemplando também mulheres do campo, da pesca, ribeirinhas e empreendedoras rurais. Segundo Jaqueline, essa diversidade é fundamental para entender a realidade feminina no estado. “Não podemos pensar nas mulheres apenas de forma homogênea. O Atlas traz essa pluralidade, representando diferentes vozes e experiências”, afirmou.
Além disso, a pesquisa utilizará o conceito de interseccionalidade, abordando questões de gênero, raça, território e classe social. Essa abordagem visa garantir que o estudo seja abrangente e representativo, incluindo mulheres de diferentes origens e realidades.
Parcerias e desafios do estudo
Para viabilizar o projeto, foram estabelecidas parcerias com diversas instituições estaduais e movimentos sociais. A Secretaria de Direitos Humanos, a Secretaria de Esportes e o Incaper estão entre os apoiadores. “Precisamos dessas parcerias para mobilizar as mulheres e garantir a diversidade de vozes no estudo”, ressaltou Sanz. Movimentos sociais, como o Cedimes e organizações que representam mulheres negras, também estão envolvidos na pesquisa.
A coleta de dados inclui a aplicação de formulários nas rodas de conversa, permitindo a triangulação de informações. “Vamos combinar os dados quantitativos com as percepções subjetivas das mulheres, criando um retrato mais completo de suas realidades”, explicou a coordenadora.
Impacto e expectativas do Atlas das Mulheres
O Atlas das Mulheres pretende subsidiar políticas públicas com base nas informações coletadas. Para Jaqueline Sanz, o estudo é uma ferramenta crucial para avaliar e planejar ações governamentais voltadas para a promoção da igualdade de gênero. “Quando temos indicadores claros, podemos avaliar se as políticas implementadas estão de fato trazendo melhorias para as mulheres”, disse.
Além disso, a publicação do Atlas será interativa e visualmente rica, incluindo imagens e retratos das mulheres entrevistadas. “Queremos que o estudo não seja apenas um documento técnico, mas que também conte histórias e humanize os dados”, enfatizou Sanz.
Por fim, a expectativa é que o Atlas seja um recurso valioso para gestores públicos e movimentos sociais, proporcionando um embasamento sólido para a criação e avaliação de políticas que atendam às necessidades das mulheres capixabas.
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