Alexandre Brito
Como falar sobre suicídio com as crianças: orientação e prevenção
Em entrevista à BandNews FM Espírito Santo, o psicólogo Alexandre Brito discutiu a importância de falar sobre suicídio com as crianças, especialmente durante o Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção e conscientização sobre o tema. Com vasta experiência em psicologia clínica e atuação em instituições escolares, Brito ressaltou que a principal dificuldade em abordar esse assunto delicado não está nas crianças, mas sim nos adultos.
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Segundo Brito, “o maior medo de pais e pessoas da comunidade escolar é se a gente falar desse tema, as crianças e os adolescentes podem… ficar incentivados negativamente a partir desse tema”. No entanto, ele argumenta que “quanto mais a gente fala de um certo tema, que pode ser sensível, mais as pessoas, de algum modo, se afastam justamente de um certo sofrimento que aquele tema traz.”
Como abordar o tema com as crianças
Brito enfatiza que criar um espaço de escuta é fundamental. Ele define esse espaço como um ambiente em que as crianças se sintam seguras para compartilhar seus sentimentos e pensamentos sem medo de julgamento ou repreensão. “Você não pode pedir para a criança contar tudo e, quando ela te conta, você briga”, ressalta o psicólogo, destacando a importância do diálogo e da compreensão.
Ele também destaca a necessidade de respeitar as crianças, tratando-as com a seriedade que merecem. “Muitas vezes tratamos muito mal as nossas crianças, tratamos como mini adultos e não dá para tratar uma criança como um mini adulto”, explica Brito.
Ao falar sobre prevenção, Brito alerta que o suicídio não é um tema exclusivo de adultos e adolescentes. “Crianças e jovens podem sim pensar… ou até, muitas vezes, tentar alguma coisa contra elas mesmas.” A prevenção, portanto, começa com a conscientização e o diálogo aberto desde cedo.
Além disso, Brito menciona que o enfrentamento ao bullying nas escolas é essencial para prevenir pensamentos suicidas. “Lidar também com esses modos de violência que a criança pode sofrer ou causar… também é um tipo de prevenção ao suicídio”, afirma.
Identificando sinais de alerta
Brito orienta que os pais e educadores fiquem atentos a mudanças no comportamento das crianças, pois podem ser indicativos de sofrimento emocional. “A agressividade infantil é um pedido de ajuda”, alerta ele, explicando que comportamentos agressivos, isolamento ou alterações nos hábitos diários, como voltar a fazer xixi na cama, podem ser sinais de que a criança está passando por dificuldades.
Ele finaliza recomendando que, ao notar esses sinais, os responsáveis procurem um profissional de psicologia para avaliar a situação e oferecer o suporte adequado.
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