Alexandre Brito
Acidente da VoePass: psicólogo avalia o luto diante do desastre
O psicólogo Alexandre Brito avalia os impactos emocionais sofridos por familiares das vítimas do acidente aéreo e como lidar com o luto diante do desastre
Em entrevista à BandNews FM Espírito Santo, o psicólogo Alexandre Brito avalia como funciona o luto diante do desastre. A conversa foi centrada na tragédia recente de um acidente aéreo em São Paulo que resultou na morte de 62 pessoas, um evento que trouxe à tona a importância do apoio psicológico para os afetados.
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Alexandre Brito explicou que o luto diante de desastres é um processo complexo e doloroso. “Quando a morte chega de forma repentina e trágica, como em um desastre aéreo, é um choque profundo para todos”, afirmou Brito. Ele destacou que o luto é a reação natural à perda, um processo que permite às pessoas lidarem com a ausência e a dor associada à tragédia.
O psicólogo ressaltou que a tragédia não afeta apenas os familiares das vítimas, mas também a comunidade em geral. “A identificação com as vítimas e seus entes queridos é inevitável. A dor e a tristeza se espalham e nos fazem sentir mais próximos da situação”, disse. Esse sentimento de proximidade pode intensificar o impacto emocional e a necessidade de suporte psicológico.
Transtorno pós-traumático
Brito também abordou o transtorno pós-traumático (TPT), um problema comum após desastres. Ele explicou que, enquanto o luto é uma resposta natural, o TPT pode se desenvolver gradualmente. “O transtorno pós-traumático não aparece imediatamente. Ele pode se manifestar semanas ou meses após o evento, conforme a pessoa processa a perda e a dor”, esclareceu.
Ele destacou a importância de monitorar e tratar o TPT com a ajuda de profissionais qualificados. “É crucial que as pessoas afetadas recebam apoio psicológico adequado, pois o transtorno pode se agravar com o tempo. O tratamento pode incluir terapia e, em alguns casos, medicação”, recomendou Brito.
Uma questão importante abordada foi o impacto da identificação dos corpos em desastres. Brito comentou sobre como a dificuldade em reconhecer as vítimas pode prolongar o processo de luto para as famílias. “Quando os corpos estão gravemente danificados, como em incêndios, a ausência de uma prova concreta pode fazer com que os familiares tenham dificuldades em aceitar a perda”, observou.
Ele sugeriu que o suporte psicológico é essencial para ajudar as famílias a enfrentar essa etapa dolorosa. “A presença de profissionais durante o processo de identificação pode ajudar a aliviar a angústia e fornecer um suporte crucial”, disse.
Apoio psicológico continuado
Por fim, Alexandre Brito enfatizou a importância de procurar ajuda psicológica contínua. “É fundamental que as pessoas afetadas por desastres busquem apoio psicológico não apenas imediatamente após o evento, mas também a longo prazo”, afirmou. Ele aconselhou que o suporte deve ser procurado através de profissionais qualificados, que podem ser encontrados em serviços públicos, universidades e atendimentos particulares.
Brito concluiu ressaltando que lidar com o luto e o transtorno pós-traumático é um processo contínuo. “O objetivo não é eliminar a dor, mas aprender a viver com ela e encontrar maneiras de seguir em frente”, disse. Para aqueles que enfrentam o luto, o apoio emocional e profissional é um recurso vital para superar as dificuldades e reconstruir suas vidas.
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