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Pirataria nas telecomunicações gera prejuízos sérios para empresas e consumidores
O executivo Gilberto Gandelman alerta para os riscos da pirataria de TV e os impactos econômicos e de segurança causados ao setor de telecomunicações

É importante que consumidores utilizem serviços originais de telecomunicações. Foto: Freepik
A pirataria de serviços de telecomunicações é um grande desafio para o mercado e o Poder Público, porque é um crime com grande impacto econômico e sérios riscos para os consumidores.
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Segundo a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), a pirataria de TV por assinatura gera um prejuízo anual de cerca de R$ 15 bilhões para o setor e evasão fiscal de R$ 2 bilhões aos cofres públicos.
A situação é tão grave que, de acordo com o Anuário da Associação Brasileira de Combate à Falsificação, o Brasil está na 7ª posição no ranking dos países com mais perdas com a pirataria de produtos de telecomunicações.
Para reverter esse quadro, órgãos como a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Receita Federal e Polícia Federal têm intensificado o combate à comercialização de TV boxes não homologadas e a serviços clandestinos de IPTV.
Mas esse não é um problema simples de resolver, pois cerca de 20% dos lares brasileiros optam pela pirataria, de acordo com a ABTA. E, infelizmente, as TV boxes piratas podem expor os usuários a riscos de cibersegurança, como roubo de dados – inclusive sensíveis.
Ao optar pelos serviços clandestinos, os clientes podem sofrer com a qualidade inferior e a constante instabilidade. Também vale ressaltar que as empresas sérias sofrem graves prejuízos financeiros com a pirataria, deixando de gerar divisas para o Brasil e mais empregos formais.
Com o crescimento da demanda por streaming e outras opções de lazer digitais, a tendência é o crescimento da oferta de TV boxes piratas, que não oferecem a qualidade e não contam com qualquer tipo de suporte, podendo comprometer a segurança dos dados dos usuários. Diante desse cenário, é fundamental que as empresas do setor de Telecomunicações e o Poder Público atuem para conscientizar as pessoas e reduzir a concorrência desleal.
No caso dos consumidores, a recomendação é adotar algumas medidas para adquirir produtos originais do segmento de telecomunicações e evitar a pirataria. Uma delas é procurar lojas oficiais das marcas ou revendedores autorizados, que ofereçam garantia e assistência técnica, o que indica a procedência adequada do produto.
Também é muito importante desconfiar de preços muito baixos. Caso o preço seja bastante inferior ao praticado por outros vendedores, é bom analisar a oferta com atenção, pois é provável que o produto seja falsificado ou de qualidade inferior.
Outro procedimento válido é verificar a presença do selo da Anatel no produto e na embalagem da mercadoria. Geralmente, os itens originais têm embalagens de alta qualidade, com informações claras e precisas. Também é interessante constatar se a embalagem está em bom estado, sem sinais de violação ou adulteração.
Com esses procedimentos, o consumidor tem mais chances de comprar produtos originais, de não cair em golpes e de não ter prejuízos financeiros. Além disso, ajuda o mercado a se aprimorar, o Governo a melhorar a arrecadação e a sociedade a denunciar casos identificados de pirataria aos órgãos públicos competentes (Anatel, Polícia Federal, Procons) responsáveis por combater as falsificações.
*Gilberto Gandelman é CEO da Proeletronic, engenheiro mecânico pela PUC-RJ e mestre em Engenharia Aeronáutica pela Israel Institute of Technology.
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