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Os 100 milhões de brasileiros que o turismo nacional pode atrair

O presidente da ABIH-ES e ex-secretário de Turismo, Nerleo Caus, aponta as mudanças no perfil do turista brasileiro ao longo dos últimos anos

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Viagem, avião. Foto: Freepik

Um dado que mostra o potencial do turismo no nosso País: 100 milhões de brasileiros hoje estão aptos a circular. Para se ter uma dimensão do que esse super mercado representa, é mais que a população de países como Alemanha, França e Itália. Desse total, 11 milhões de pessoas são da classe AA – mais do que a população inteira da Suíça – e gastam R$ 19 bilhões com turismo no exterior.

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Em um momento de recuperação do setor pós-pandemia, os destinos nacionais podem competir com os internacionais se investirem em um ponto-chave: a excelência em serviços para oferecer aos turistas momentos inesquecíveis. O momento é propício para isso. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Serviços de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o ano de 2023 terá uma expansão de 2,5% nas atividades turísticas, após o salto de 29,9% registrado em 2022, quando enfim o setor zerou a ociosidade gerada pela pandemia de Covid-19.

O turista está mais exigente. Foi a época em que as pessoas se importavam apenas com café da manhã, ducha e uma boa cama para decidirem sobre a estadia. Com o passar do tempo, o viajante foi exigindo, por exemplo, que o Wi-Fi funcionasse não apenas no hall e nos corredores, mas também nos quartos, ou que os aparelhos de televisão fossem Smart TV, etc. Agora, o turista busca experiências, momentos memoráveis – e essa massa de brasileiros quer viajar. O sonho da viagem fica atrás apenas do desejo da casa própria, da estabilidade financeira e a da realização profissional.

Tomo a frase do “pai do marketing”, Philip Kotler, para ilustrar o que as pessoas buscam hoje: “Satisfazer os clientes não é mais o suficiente: é preciso encantá-los”. E o Brasil tem bons exemplos de lugares que fazem muito bem esse dever de casa, como Gramado, na Serra Gaúcha, uma referência em turismo no nosso País. As pessoas estão dispostas a pagar para se sentirem únicas, especiais.

O nosso País tem um potencial gigantesco, com mais de 8 mil quilômetros de costa marítima, temperaturas amenas e diversidade cultural, mas essas potencialidades ainda não são aproveitadas de maneira adequada. Nós ainda estamos de costas para esse grande negócio chamado turismo nacional. O brasileiro não conhece o seu próprio país. Está na hora de mudarmos esse jogo.

O setor é a única atividade econômica em que o cara a cara nunca será substituído, ao contrário de outros segmentos, como o agronegócio ou da indústria, por exemplo, nas quais uma máquina pode substituir pessoas. O turismo é cara a cara, é feito de gente para gente. E, vamos combinar, de gente, nós, brasileiros, entendemos. Os 100 milhões de brasileiros aptos a circular já têm um destino certo: o Brasil.


*Nerleo Caus é presidente da ABIH-ES (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Espírito Santo). É empresário e já foi Secretário de Estado de Turismo

 

 

 

 


Plural. Foto: Freepik

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