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Classe Hospitalar: a escola no Hospital

A pedagoga hospitalar Ana Karyne Loureiro analisa a importância da educação dentro dos hospitais

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Classe hospitalar no Himaba, Vila Velha. Foto: Divulgação/Sesa

Classe hospitalar no Himaba, Vila Velha. Foto: Divulgação/Sesa

No ano de 2002 foi criada a primeira classe hospitalar do Estado do Espírito Santo. Uma parceria entre a Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil (Acacci), Secretaria de Estado da Educação (Sedu), Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa) e Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG). O processo de escolarização não está restrito apenas aos estudantes que frequentam a escola regular. No Brasil desde a década de 1950 este atendimento tem sido ofertado para estudantes que se encontram em situações de vulnerabilidades por motivos de tratamento de saúde ou internação hospitalar. No ano de 2018, por meio da Lei nº 13.716, este direito passa a ser acrescido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) assegurando atendimento educacional em regime hospitalar ou domiciliar.

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Espaço de direito! Espaço que tem por objetivo garantir a continuidade dos estudos de crianças e de adolescentes que estão impossibilitados de frequentar a escola e assim, evitar a evasão escolar. Uma sala de aula dentro do hospital com professores e intervenções pedagógicas sistematizadas, flexibilizadas e individualizadas respeitando as limitações físicas e emocionais de cada estudante.

O professor do Programa de Pós Graduação em Educação da Ufes, Dr. Hiran Pinel nos ensina que “ Toda pessoa, mesmo a um milésimo de segundo antes de morrer, tem direito à educação escolar, bem como a (educação) não escolar. Merece cuidado nos seus “modos de ser sendo junto/com o outro no mundo”, afinal, viver é muito difícil, complicado e é verdadeiramente complexo, mas, por outro lado, é algo que tem muito daquilo que é agradável, do que é bom e do que é alegre. É nesse processo vivido que insistimos tanto em respirar a vida, inventando sentido para ela, como por exemplo, pelas vias dos diversos e multifacetados modos de ensinar e de aprender -com sentido (consentido) “.

Em meio a lápis, papel, pranchetas, jalecos brancos, ar gelado, cheiro de álcool… Pessoas! Estudantes-pacientes, equipe multidisciplinar e professores dando novos significados a um processo vivido. Sabemos que a internação hospitalar causa uma ruptura na rotina de crianças e adolescentes, seja pela impossibilidade de frequentar a escola, de estar com os colegas, de estar com a família em um ambiente de segurança emocional. A ruptura do direito de ser, de ser criança, se ser pessoa! Assim, um novo existir passa a ser vivenciado por ela em condição de passividade e a sala de aula no hospital, a presença do professor e das atividades escolares é uma forma de retomada dos laços com o mundo exterior, representa o viver. Representa a perspectiva de futuro e de busca de realização de sentidos de vida. Um direito que não pode ser violado.


*Ana Karyne Loureiro Gonçalves Willcox Furley é especialista em Pedagogia Hospitalar e Conselheira da Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil-ACACCI.

 

 

 


Plural. Foto: Freepik

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