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Projeto salva 5 mil animais com atendimento a valor social

O Projeto Arca de Noé oferece cirurgias e cuidados veterinários a valor mais acessível para animais resgatados e famílias de baixa renda

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Lucas Ramos, criador do Projeto Arca de Noé, durante um resgate realizado no Espírito Santo

Lucas Ramos, criador do Projeto Arca de Noé, durante um resgate realizado no Espírito Santo. Foto: Arquivo Pessoal

Há 12 anos, Lucas Rafael Ribeiro Ramos decidiu transformar sua compaixão pelos animais em ação. Começou oferecendo comida a cães e gatos de rua. Depois, envolveu-se em campanhas de castração e, com o tempo, percebeu que poderia ir além.

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Foi assim que, há oito anos, nasceu o Projeto Arca de Noé. Criado e mantido por Lucas e sua esposa, o projeto realiza atendimentos médico-veterinários e cirurgias a valor social para animais resgatados e tutores de baixa renda em todo o Espírito Santo. Desde então, já foram mais de 40 mil atendimentos e 15 mil cirurgias realizadas, sempre com foco no bem-estar animal e no acesso à saúde.

Apesar de não ser registrado como ONG, o projeto funciona de forma legalizada, com CNPJ próprio e Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) assinada por um médico veterinário, conforme exigido pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária.

Duas jornadas e uma missão contínua

Lucas divide seu tempo entre dois empregos formais — é gerente corporativo da Vivo e diretor de logística de eventos — e a rotina intensa do Arca de Noé. Ao lado da esposa, realiza resgates, transportes e acompanha os atendimentos.

A clínica parceira conta com uma equipe de veterinários de diferentes especialidades. Isso permite ampliar o tipo de atendimento oferecido, indo muito além da castração. “Vi que os animais precisavam de mais. Hérnia, fratura, infecção… e quase ninguém oferecia esses procedimentos por um valor mais acessível”, explica Lucas.

Recursos próprios e apoio voluntário

O projeto é mantido principalmente com os valores arrecadados pelo transporte dos animais e pelo aluguel de caixas de transporte. Quando não é suficiente, Lucas e a esposa cobrem os custos com recursos próprios.

Mesmo sem triagem formal, o foco são animais de rua ou que pertencem a famílias de baixa renda. “A gente tenta ajudar todo mundo, mesmo com as limitações. Priorizar quem mais precisa é o que guia nosso trabalho.”

Adoção responsável e dor do abandono

O Arca de Noé também atua em parceria com protetores e ONGs nas campanhas de adoção. Os interessados passam por entrevista e assinam termo de responsabilidade. No entanto, Lucas alerta para um problema recorrente: “Muita gente adota por impulso ou como presente. Quando percebem que é um compromisso real, devolvem o animal. Isso machuca muito.”

Outro desafio é lidar com as cobranças injustas. “Tem gente que exige atendimento gratuito e ainda xinga quando explico que não temos condições. Já precisei fazer terapia para lidar com o peso emocional de não conseguir salvar todos”, desabafa.

Motivação que vem da gratidão

Apesar do cansaço e das dificuldades financeiras, Lucas e sua esposa seguem firmes. O que os motiva são os resultados. “Ver um animal doente ou ferido voltar a viver bem, amado por uma família, isso paga qualquer esforço”, diz.

Quem quiser apoiar o projeto pode entrar em contato pelo Instagram @lucasarcadenoe.es ou pelo telefone (27) 99646-3534. Doações financeiras, medicamentos, ração ou materiais de transporte são bem-vindos — assim como a simples ajuda de divulgar o trabalho.

“Não temos vaquinha nem campanha fixa. Cada contribuição faz diferença. E no fim do dia, saber que salvamos uma vida já faz valer tudo.”

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