Diversão
Projeto NADO reinventa a relação com a água no ES
Iniciativa artística multidisciplinar promoveu ações culturais e educativas que beneficiaram mais de 400 pessoas

NADO – Experimentos para Corpos D’água é uma plataforma multidisciplinar de arte contemporânea que, apesar de nascer no Espírito Santo, se estende nacionalmente pelas temáticas que aborda. Foto: Ana Luzes/NADO
A diversidade e a inovação na cultura têm ganhado novo fôlego com a Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC), que viabiliza projetos transformadores em diferentes linguagens. Um exemplo notável é NADO – Experimentos para corpos d’água, idealizado produtor cultural Felipe Martins de Lacerda e pelo artista Rafael Segatto Barboza da Silva. A iniciativa, que conta com realização da Claraboia com coprodução da Três Por Quatro Produções, explora a interseção entre arte, meio ambiente e educação. Com apoio da LICC, plataformas artísticas como essa reforçam o impacto social da cultura e ampliam suas conexões com temas urgentes, além de movimentar a economia criativa ao envolver profissionais e comunidades locais.
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Maria Emília Vasconcellos, gerente de Incentivo à Cultura da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo, ressalta que a LICC estimula a multiplicidade de expressões artísticas. “A LICC permite a inscrição de projetos das mais diferentes linguagens, desde o restauro de edificações até produções audiovisuais, música, artes cênicas e muito mais. Isso é muito rico e reflete a diversidade da cultura capixaba”. A política pública tem sido essencial para garantir que espaços culturais sejam evidenciados e que artistas possam desenvolver seus trabalhos com qualidade.
Graças a esse incentivo, os produtores de NADO viabilizaram a produção do filme Linha-Mar gravados em três atos, dirigidos por Renata Segatto, a exposição Linha-Mar, no Museu do Pescador, e o lançamento do livro Linha-Mar, que documenta a trajetória do projeto a partir das conexões artísticas e territoriais. A iniciativa também promoveu um diálogo ativo com a comunidade da Ilha das Caieiras, onde a mostra foi sediada e atividades interativas com os trabalhadores do mar foram promovidas.
A exposição Linha-Mar teve um impacto marcante na comunidade. Muitos moradores voltaram a visitar o Museu do Pescador – ou entraram pela primeira vez – motivados pela mostra. Segundo Rafael Segatto, a exposição despertou um novo interesse pelo espaço cultural. “A mostra criou uma movimentação no Museu do Pescador. Ver moradores entrando no espaço, conhecendo e interagindo com a exposição, revela o impacto na valorização da cultura local”.
Ao longo da sua realização, a exposição Linha-Mar foi visitada por centenas de pessoas. Já os três filmes produzidos foram exibidos mais de 240 vezes. A iniciativa também gerou impacto econômico ao contratar 160 profissionais direta e indiretamente, contribuindo para a economia criativa e a cadeia produtiva da cultura locais. Os programas educativos no Museu do Pescador impactaram mais de 60 pessoas, com ações interativas e formativas. O projeto também realizou o Programa Público NADO, promovendo o diálogo entre a comunidade da Ilha das Caieiras e os trabalhadores do mar. No Museu do Pescador, encontros e conversas destacaram a conexão entre arte, memória e território.
Além dos impactos cultural e social, o NADO também abordou a preservação ambiental. O projeto levou a temática às escolas, conscientizando crianças sobre a importância dos ecossistemas aquáticos. Entre as ações, a oficina “Um mergulho na nossa história” foi realizada na escola Lenir Borlot, proporcionando aos alunos do 5º ano um mergulho na história ecológica do arquipélago da cidade de Vitória. Uma cartilha interativa permitiu que os 44 alunos pudessem aprender e expressar artisticamente os conhecimentos adquiridos.
A oficina foi ministrada pela pesquisadora e bióloga Quenia Lyrio, que desenvolveu o material formativo para os alunos da EMEF Lenir Borlot, com apoio do Rafael Segatto e consultoria da Gleyce Kelly Heitor, responsável pela orientação e acompanhamento dos mediadores culturais do projeto no Museu do Pescador.
“Em um contexto em que os corpos d’água enfrentam crescentes desafios ambientais e sociais, este projeto reafirma a necessidade de repensarmos essa relação, convidamos o público a experienciar essas paisagens de forma sensível e crítica. A arte é uma ferramenta que permite uma conexão mais profunda com o meio natural ao ressignificar a forma como habitamos e interagimos com os espaços”, afirma o artista.
Para além do projeto NADO, a Lei de Incentivo à Cultura Capixaba segue viabilizando iniciativas em diversas áreas artísticas, promovendo a circulação de obras, valorizando artistas locais e incentivando o pertencimento cultural das comunidades capixabas. “É essencial fortalecer a comunicação com o público, que muitas vezes não percebe que eventos culturais, como shows, peças teatrais e exposições, são viabilizados por meio de políticas públicas”, reforça Maria Emília Vasconcellos.
Ela enfatiza ainda que a LICC fomenta o aprimoramento de profissionais e beneficia toda a cadeia produtiva. “Outro aspecto importante para o avanço do setor é a qualificação profissional. A LICC estimula a formação de técnicos e a profissionalização da cultura, garantindo que trabalhadores do setor tenham melhores condições de atuação, gerando emprego e renda de forma digna”. Com a continuidade desse incentivo, o Espírito Santo garante que projetos como NADO possam transformar realidades e fortalecer os laços entre arte, memória e território.
Mais informações sobre o projeto podem ser encontradas no site oficial: https://www.projetonado.com/
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