Dinheiro
Crise faz número de MEIs crescer no Espírito Santo
No último ano, mais de 37 mil empresas foram abertas no estado. Número de negócios aumentou com a crise econômica

Amanda Vasconcelos e Ricardo Rangel: sucesso dos “geladinhos”. Foto: Divulgação
A decisão de deixar o trabalho para se dedicar a concursos foi uma opção. Mas ao ver as oportunidades para os concurseiros diminuírem, a advogada Amanda Vasconcelos, 29 anos, resolveu fazer “geladinhos”. Assim como Amanda, muitas pessoas buscam driblar a crise e a falta de vagas de trabalho investindo em um negócio. O resultado é o aumento, só no último ano, de 19% de novas empresas do tipo MEI (Microempreendedor Individual), ou seja, 37.444.
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No estado, o crescimento do número de negócios tocados pelos MEIs tornou-se mais expressivo nos últimos cinco anos, mesma época do início da crise econômica do país e o aumento do desemprego. Atualmente, são 225.573 empreendedores individuais, sendo que quase metade estão na Grande Vitória, com 109.751 deles.
Quem é MEI pode faturar até R$ 81 mil ao ano e paga até R$ 55,90 de imposto por mês.
“Percebemos um aumento mais acelerado de 2014 para cá. Isso se deu em função da recessão que o país vem passando. Muitas empresas tiveram que se reenquadrar a uma nova realidade econômica e isso acabou levando pessoas que estavam altamente capacitadas para a rua. Sem condições de reenquadramento, muitas aproveitaram a oportunidade para empreender”, explica a Renata Braga, analista do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Nesses casos, os MEIs formalizam e transformam o que era hobby ou atividade informal como produção de bolo, bijuteria, prestação de consultoria e outros, em atividade econômica.
Foi assim com a Amanda: “Primeiro comecei a vender no meu condomínio com uma foodbike. Deu tão certo, que depois de uma viagem, meu namorado saiu do emprego para trabalhar comigo. No verão, chegamos a vender 4 mil, só em janeiro, em Vila Velha”, contou.
Abertura dos MEIs por município:
A inscrição pode ser feita pela internet, mas há espaços para ajudar o microempreendedor:
Vitória
As orientações ocorrem no Centro de Apoio ao Empreendedor que funciona na Casa do Cidadão, em Maruípe. Além de orientar na abertura, o local ajuda quem precisa de auxílio para emitir boletos mensais, além de um setor de microcrédito.
Vila Velha
O Centro Empreendedor funciona na sede da administração, em Coqueiral de Itaparica. No local, também é oferecida orientação em relação ao plano de negócios e sobre acesso ao NossoCrédito. Os empreendedores são convidados a participar de eventos sobre o assunto.
Serra
Para abrir uma microempresa, o microempreendedor pode procurar o Centro do Empreendedor que fica no Ciampe (Centro Integrado de Apoio à Micro e Pequena Empresa), na avenida Talma Rodrigues Ribeiro, 5.416, em Portal de Jacaraípe. O espaço também tem um balcão que oferece microcrédito. A prefeitura oferece ainda palestras semanalmente em parceria com o Sebrae.
Cariacica
Os interessados podem se dirigir ao Ciampe (Centro Integrado de Apoio à Micro e Pequena Empresa), que fica na BR-262 km 3,5, Trevo de Alto Lage para terem auxílio na abertura da empresa.
Sebrae
Há orientação para abertura da empresa e também para realizar o plano de negócios. O atendimento pode ser online ou presencial. Para saber qual o local de atendimento mais próximo da sua casa é só ligar para 0800 570 0800.
Raio-X do Microempreendedor Individual no estado
MEIs capixabas
No Espírito Santo, há atualmente 228.168 cadastrados como MEI.
Em alta
Em um ano, o crescimento de MEIs foi de 19% no estado. Em julho de 2018, o estado tinha 188.129 pessoas cadastradas; neste ano, subiu para 225.573 (até julho).
Grande Vitória
Na Grande Vitória, o número subiu de 89.896 de MEIs, de julho de 2018, para 109.751, em julho de 2019.
Estrangeiros
No estado, há 439 estrangeiros trabalhando como MEI, de 54 nacionalidades diferentes.
Faixa etária
A idade da maioria dos MEIs está entre os 31 e 40 anos. A segunda faixa etária com mais microempreendedores individuais é de 41 a 50 anos.
Faturamento
O limite de faturamento do MEI é de R$ 81 mil ao ano ou R$ 6.750 por mês. Se o negócio crescer, ele precisa ser enquadrado como microempresa, podendo faturar até R$ 360 mil ao ano. É possível ter, no máximo, um empregado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria.
Inscrição
Pode ser feita pelo Portal do Empreendedor, do governo federal. Ao incluir dados e documentos, o MEI obtém o CNPJ e alvará de funcionamento provisório do negócio.
Impostos
Com o registro, o MEI passa a ter de pagar mensalmente o Simples Nacional. A contribuição é de:
Comércio ou Indústria: R$ 50,90.
Prestação de Serviços: R$ 54,90.
Comércio e Serviços juntos: R$ 55,90.
Direitos
Após contribuir entre 10 e 12 meses para o INSS, o MEI tem direito a aposentadoria por idade, licença-maternidade, auxílio-doença, entre outros, obedecendo os prazos de carência.
Quem não pode
– Pessoas que recebem algum benefício previdenciário;
– Quem já é sócio em outra empresa;
– Aposentados por invalidez;
– Servidor público federal em atividade. Servidores estaduais e municipais devem observar os critérios da legislação.
