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Caso Tânia Bulhões levanta discussão sobre confiança nas marcas

Coca-Cola e Arezzo já lidaram com crises e mostraram como transparência e estratégia são fundamentais para preservar a credibilidade

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Marca de luxo Tânia Bulhões enfrentou crise ao revender produtos alegando ser produção própria. Foto: Reprodução

Marca de luxo Tânia Bulhões enfrentou crise ao revender produtos alegando ser produção própria. Foto: Reprodução

A grife brasileira Tânia Bulhões enfrentou uma crise de reputação ao vender porcelanas importadas como criações próprias e exclusivas. O caso reacendeu o debate sobre transparência e confiança nas marcas. Com consumidores cada vez mais atentos, qualquer deslize pode comprometer anos de credibilidade.

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Um caso emblemático foi o da polêmica da contaminação da Coca-Cola. Em 2014, um consumidor afirmou ter encontrado partes de um rato dentro de uma garrafa do refrigerante. O caso foi levado à Justiça e, mesmo sem provas, ganhou grande repercussão. A empresa negou as acusações e reforçou seus padrões de qualidade. Além disso, lançou um comercial institucional destacando a segurança de sua produção.

“Quando uma empresa tem uma reputação consolidada e um histórico de qualidade, ela pode usar isso a seu favor em momentos de crise. A Coca-Cola soube demonstrar autoridade e credibilidade ao lidar com o caso”, explica Petúnya Rébuli, especialista em branding e posicionamento de marca.

Arezzo

Em 2015, uma consumidora comprou uma sandália da Arezzo e descobriu, após o desgaste da palmilha, que havia um revestimento com o nome da Via Uno, uma marca do mesmo grupo. O caso gerou revolta nas redes sociais, levando a empresa a reconhecer o erro e revisar seus processos internos.

“Marcas que assumem seus erros de forma transparente e se comprometem a corrigi-los conseguem preservar sua credibilidade. O consumidor quer ver responsabilidade e comprometimento”, reforça Petúnya.

Ruffles e o mito do ‘saco de ar’

Em 2012, consumidores criticaram a quantidade de ar nas embalagens de Ruffles. A percepção de que a marca enganava o público viralizou. Para conter a crise, a empresa lançou um infográfico explicando que o ar na embalagem preserva a crocância e evita que as batatas quebrem.

“Muitas crises surgem por falta de informação. Quando a empresa esclarece dúvidas e educa o consumidor, ela pode transformar um problema em uma oportunidade de fortalecimento da marca”, destaca Petúnya.

Como evitar crises de imagem?

A especialista destaca três pilares essenciais para preservar a reputação de uma marca:

  • Coerência entre discurso e prática: “Se uma marca se posiciona como sustentável, seus processos precisam ser sustentáveis de fato. A credibilidade depende dessa coerência”.
  • Monitoramento das redes sociais: “Muitas crises começam com um comentário isolado que ganha repercussão. Agir preventivamente evita que problemas pequenos se tornem grandes crises”.
  • Resposta rápida e estratégica: “A marca deve se posicionar com clareza, sem rebater críticas de forma agressiva. O público valoriza empresas que assumem responsabilidade e oferecem soluções”.

Caso Tânia Bulhões

A marca de luxo enfrentou críticas após consumidores descobrirem que algumas peças, vendidas como exclusivas, eram importadas e revendidas por preços muito mais altos. A polêmica ganhou força com um vídeo viral mostrando xícaras da coleção Marquesa sendo usadas em cafés simples na Tailândia. A repercussão fez com que a empresa reconhecesse o problema e anunciasse a descontinuação de quatro linhas de porcelana.

“Se Tânia Bulhões quiser minimizar os danos à imagem, o primeiro passo é ir além do discurso e mostrar mudanças concretas”, afirma Petúnya. “O consumidor de luxo não compra apenas um produto, ele compra uma história. Quando essa história perde credibilidade, a marca precisa provar que merece confiança novamente.”