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Dia a dia

VÍDEO | Notaer “voa contra o tempo” para fazer transporte de órgãos

Em 2023, foram transplantados 101 córneas, 27 rins falecidos, 16 rins vivos, 23 fígados e 1 coração aqui no Espírito Santo

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Equipe do Notaer preparada para realizar um transporte de órgãos

Equipe do Notaer preparada para realizar um transporte de órgãos. Foto: Divulgação / Notaer

No Espírito Santo, são quase 2 mil pessoas aguardando por um transplante. À espera de um coração, são dois pacientes. Entre os demais, 13 aguardam pelo fígado, 994 esperam rins e 997 estão estão na fila por córneas.

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Após a descoberta de um órgão compatível, uma nova batalha se inicia: a contra o tempo. Após a remoção, certos órgãos precisam ser transplantados no receptor entre 4h e 6h para evitar sua deterioração. O coração e o pulmão mantêm sua viabilidade por quatro a cinco horas fora do organismo.

O paciente que vai receber um coração, por exemplo, aguarda a chegada do órgão com o peito aberto na maca. Beatriz Rivieri Colodette, enfermeira da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes da Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro, enfatiza a importância da agilidade no transporte. “Não pode ter falha, principalmente no tempo. Se chegar e a sala do centro cirúrgico estiver ocupada e atrasar já perde a captação”, reforçou.

Por isso, o transporte de órgãos é uma das fases mais delicadas do processo conduzido pelas equipes. Dentro de um raio de até 200 quilômetros, o deslocamento é feito por ambulâncias. Para distâncias maiores que essa, as equipes utilizam serviços de companhias aéreas, que possuem um acordo com o Ministério da Saúde. Aqui no Espírito Santo, esse serviço é realizado pelo Notaer.

Segundo o major Pablo, os servidores que atuam nesse serviço são da Polícia Militar, Polícia Civil  e Corpo de Bombeiros e são cedidos para a Casa Militar. Para atuar, é necessário fazer um curso preparatório para realizar essas missões.

“O pedido não chega direto para o Notaer. As equipes médicas, da Central de Captação de Órgãos, fazem a triagem. Por exemplo, tem uma pessoa, que infelizmente, faleceu em Cachoeiro de Itapemirim, está doando os órgãos e tem um receptor compatível lá em Brasília. Todos os recursos envolvidos são acionados, confirmam com os hospitais se há essa compatibilidade e aí sim, a Secretaria de Saúde, por meio desta Central de Captação, faz o contato com a gente. Em um caso como esses, onde o receptor é de Brasilia, um jato da FAB pousa do Aeroporto de Vitória, porque a pista de Cachoeiro nem sempre permite o pouso lá. Nós pegamos a equipe médica em Vitória e levamos até a outra cidade, eles fazem o procedimento e nós trazemos novamente para a capital”, explicou.

Mas os órgãos também são transplantados aqui no estado. E em algumas situações a equipe do Notaer recebe o chamado para dar apoio ao transporte realizado por ambulâncias. “Já teve dia de eu decolar as 5h da manhã, ficar esperando desde 3h, 4h da manhã. Quando deu 5h eu decolei para buscar uma equipe médica, na Serra, para levá-los para Cariacica. Isso por causa do tempo de sobrevida do órgão. Por conta disso, o helicóptero é uma ferramenta excelente. Além da velocidade, nosso estado é pequeno. Os pontos mais distantes de Vitória eu vou chegar em 1 hora. Além de ser versátil, posso pousar em um campo de futebol, num estacionamento, até numa rodovia se eu precisar”, completou.

Setembro Verde

Captação de orgãos na Santa Casa de Cachoeiro. Foto: Divulgação

Em 2023, aqui no Espírito Santo foram transplantados 101 córneas, 27 rins falecidos, 16 rins vivos, 23 fígados e 1 coração. Mas a fila é longa e se torna importante a conscientização para a doação. No próximo mês é celebrado o Setembro Verde, uma campanha nacional dedicada ao tema. Diversas ações e eventos são realizados com o objetivo de disseminar informações, esclarecer dúvidas e, principalmente, sensibilizar a população sobre a relevância de se tornar um doador.

Para se tornar um doador, é essencial comunicar o desejo à família, pois, no Brasil, são os parentes mais próximos que têm a responsabilidade de autorizar a doação após a confirmação da morte encefálica do potencial doador. Por isso, Beatriz Rivieri Colodette, faz um apelo.

“É simplesmente avisar para os familiares sobre a importância de ajudar outras pessoas. Numa conversa em casa mesmo, e avisar que você é um doador de órgãos. Isso porque no momento da autorização, quem assina e quem autoriza são os familiares e é importante avisar comunicar, para que num momento de tanta dor eles estejam cientes deste desejo. Então, deixe avisado com sua família. Seja um doador, salve vidas. A vida precisa continuar!”


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