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Venda de joias financiou despesas de Bolsonaro nos EUA, diz PF

Sigilo das investigações foi levantado por Alexandre de Moraes. Relatório da Polícia Federal ainda aponta enriquecimento ilícito de Bolsonaro

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Bolsonaro estaria enriquecendo de maneira ilícita com as joias. Foto: Reprodução

Bolsonaro estaria enriquecendo de maneira ilícita com as joias. Foto: Reprodução

O dinheiro das joias sauditas, vendidas de maneira ilegal pelos auxiliares de Jair Bolsonaro, entrou para o patrimônio do ex-presidente e serviu para custear as despesas em uma viagem para os Estados Unidos. A informação é do inquérito da Polícia Federal enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

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O conjunto das joias deveria ter ido para o patrimônio do Estado, mas teria ido parar no patrimônio pessoal de Bolsonaro. No inquérito, o ex-presidente foi indiciado por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Patrimônio pessoal

No relatório ao STF, a PF escreve: “Identificou-se, ainda, que os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”, afirmou a PF.

Despesas nos EUA

A viagem feita por Bolsonaro e parte da família em 2023, para os Estados Unidos, também teria sido custeada pela venda das joias.

“Tal fato indica a possibilidade de que os proventos obtidos por meio da venda ilícita das joias desviadas do acervo público brasileiro, que, após os atos de lavagem especificados, retornaram, em espécie, para o patrimônio do ex-presidente, possam ter sido utilizados para custear as despesas em dólar de Jair Bolsonaro e sua família, enquanto permaneceram em solo norte-americano”, completou a PF.

Ordens de Bolsonaro

A ordem de venda partiu de Bolsonaro para os auxiliares, segundo a PF. O depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, e de Osmar Crivelatti, ex-auxiliar de Bolsonaro, foram essenciais para essa conclusão.

“As declarações prestadas por Osmar Crivelatti, Mauro Cesar Lourena Cid e pelo colaborador Mauro Cesar Barbosa Cid corroboram os demais elementos de prova colhidos demonstrando, de forma inequívoca, que as esculturas douradas de um barco e uma palmeira, presentes entregues por autoridades estrangeiras, ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro, foram intencionalmente, subtraídas do acervo público brasileiro, por determinação do ex-presidente, para serem vendidas ilegalmente nos Estados Unidos”, escreve a polícia.

O kit de joias foi retirado do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica. Alguns objetos não chegaram nem a ser registrados no sistema de bens do acervo do ex-presidente.

Enriquecimento

As joias dadas ao governo Bolsonaro somam cerca de R$ 6,8 milhões, mas nem todo o dinheiro foi para o ex-presidente. O relatório aponta que o objetivo da venda era enriquecimento ilícito.

“No sentido de valorar os bens que foram objeto dos atos de desvio (e tentativa de desvio) perpetrados pela associação criminosa com a finalidade de enriquecimento ilícito do ex-presidente Jair Bolsonaro, as joias foram submetidas a procedimento pericial, com o objetivo, dentre outros, de aferir o valor mercadológico dos bens”, explicou a polícia.

O general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, teria repassado US$ 25 mil ao ex-presidente. “Os elementos de prova colhidos demonstraram que Mauro Cesar Lourena Cid recebeu, em nome e em benefício de Jair Messias Bolsonaro, pelo menos US$ 25 mil, que teriam sido repassados em espécie para o ex-presidente, visando, de forma deliberada, não passar pelos mecanismos de controle e pelo sistema financeiro formal”, afirma a PF.

Resgatar os bens

No relatório, a Polícia também afirma que após a imprensa noticiar o caso das joias, os investigados criaram uma operação de resgate. As joias, que estavam em estabelecimentos comerciais nos Estados Unidos, foram trazidas de volta para cumprir a ordem do Tribunal de Contas da União sobre as joias do acervo.

“Conforme já descrito, em termo de depoimento, Mauro Cid confirmou que vendeu e posteriormente recomprou as joias do “kit ouro branco”, em uma loja no centro comercial Seybold Jewelry Building, pelo montante de US$ 35 mil”, escreveu a PF.

Valores

A PF disse que o desvio das joias também está relacionado a produção das fake news e ao uso de recursos do Estado. “Concluindo pela existência de fortes indícios de desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao Presidente da República ou agentes públicos a seu serviço, e posterior ocultação da origem, localização e propriedade dos valores provenientes, com identidade de agentes já investigados por outros fatos nesta SUPREMA CORTE, o que evidencia a conexão probatória com diversos inquéritos que tramitam no âmbito do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, que investigam condutas atentatórias à própria CORTE, tal como o lnq. 4.781/DF, das Fake News e, especialmente, a prática de diversas infrações criminais por milícias digitais atentatórias ao Estado Democrático de Direito, investigada no Inq 4.874/DF”, escrecveu a PF.


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