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Ufes: Surama Freitas critica a ‘politização do ensino’

Candidata à reitoria da Ufes, professora do departamento de Medicina Veterinária fala dos projetos para a universidade e diz que a ‘politização do ensino’ é uma das causas do atraso educacional

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Surama Freitas representa a chapa “Nosso partido é a Ufes”. O candidato a vice ainda está sendo definido. Foto: Divulgação

Surama Freitas representa a chapa “Nosso partido é a Ufes”. O candidato a vice ainda está sendo definido. Foto: Divulgação

Professora do Departamento de Medicina Veterinária da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), no campus de Alegre, Surama Freitas, candidata à reitoria da Ufes para o período 2020-2024, é a entrevistada desta semana. Ela conta que aceitou concorrer por indicação de um grupo liderado pelo assessor técnico da presidência da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e professor da Ufes, Ricardo da Costa. Surama não participou da pesquisa informal à comunidade acadêmica realizada no dia 6 de novembro e publicou uma carta justificando que a pesquisa não é vinculada à elaboração da lista tríplice (enviada ao Ministério da Educação para nomeação do futuro reitor). Os candidatos à lista poderão se inscrever entre os dias 27 e 29 deste mês, e a votação no Colégio Eleitoral acontece no dia 5 de dezembro. Surama tem 49 anos, é graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Goiás, tem doutorado em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa e pós-doutorado em Segurança Alimentar pelo Instituto de Agroquímica e Tecnologia de Alimentos em Valencia, na Espanha.

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Qual sua principal bandeira?
Uma administração transparente e republicana, em parceria com o MEC (Ministério da Educação) e o governo federal.

O que propõe para as áreas de segurança, assistência estudantil e pesquisa?
Para a segurança, nossa proposta valoriza o aperfeiçoamento da guarda patrimonial e parcerias com as polícias federal e militar para a implantação de segurança pessoal. Além disso, cerco inteligente e monitoramento de vídeo nos campi da Ufes. Quanto à pesquisa, propomos a adesão ao “Future-se” e a internacionalização da Ufes, com a ampliação do financiamento das pesquisas e parcerias com o setor produtivo e universidades estrangeiras para a excelência da pesquisa, com inovação. Para a assistência estudantil, pretendemos manter e aperfeiçoar as ações já existentes e buscar, na parceria com o MEC e o governo federal, a ampliação do financiamento dessas ações.

Quais os principais desafios da Ufes nos próximos anos?
Transformar a cultura universitária, torná-la mais democrática e pluralista, com visões de mundo que não sejam necessariamente de esquerda. A Ufes tem uma tradição quase que exclusiva de esquerda e extrema-esquerda. Resgataremos o debate respeitoso, como ocorre nos ambientes acadêmicos em todos os países do mundo. Prezaremos uma convivência acadêmica com debate de ideias, não de pessoas, como preza nossa constituição. Devolveremos a Ufes à sociedade capixaba.

Como avalia o programa Future-se, do governo federal?
Como uma excelente oportunidade de flexibilização institucional para a captação de recursos externos. O programa sugere um aumento do leque de parcerias que, bem implementadas, pode contribuir para a melhoria contínua do ensino e da qualidade da pesquisa, e trazer contribuições mais substantivas para a Ufes tanto na inovação quanto no desenvolvimento econômico, social e sustentável do Espírito Santo.

Como pretende conduzir a universidade diante da redução de recursos?
Não houve redução de recursos. Toda a verba foi descontingenciada. Governaremos com austeridade. Ademais, a universidade sempre conviveu com restrições de recursos e sobreviveu. No setor público, é fundamental a eficiência e a transparência nas alocações financeiras. As reações contra os contigenciamentos foram amplificadas politicamente pelas esquerdas acadêmicas. Foi um movimento político. Nessa guerra de narrativas, todos perdem. A politização da educação é uma das causas de nosso atraso educacional. É preciso somar para avançar.

A garantia da autonomia da universidade é uma preocupação diante do contexto político atual?
Não. Esta discussão, recorrente, também é política. A autonomia universitária não pode ser sinônimo de gastos indiscriminados. Há muito desperdício, muita falta de amor à coisa pública. A sociedade brasileira não suporta mais isso. Trabalharemos com serenidade, na justa medida. A Ufes é nossa única universidade federal. Todos nós somos servidores do MEC. Com parceria e diálogo com o governo, a Ufes avançará.