Dia a dia
Startup capixaba desenvolve 1º ônibus autônomo da América Latina
Por meio de uma pesquisa dentro da Ufes, alguns colaboradores conseguiram fazer os primeiros testes do veículo inédito no país

Veículo autônomo também foi testado no Rio Grande do Sul. Foto: Divulgação
A startup capixaba Lume Robotics, em parceria com a Ufes e a empresa Marcopolo, lançou o primeiro ônibus autônomo da América Latina. A tecnologia do veículo foi criada na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e os primeiros testes feitos no Espírito Santo ocorreram no campus da federal e na Arcelor Mittal.
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O projeto começou dentro da Ufes em 2019 com objetivo de entender o cérebro humano a partir da pesquisa de um professor na linha de inteligência artificial. A partir disso, começou um estudo da aplicação da visão, o sentido mais utilizado na hora de dirigir, na direção autônoma por inteligência artificial.
O CEO da startup, Ranik Guidolini, conta que o veículo é um ônibus normal em que foi instalado uma série de atuadores que permitem que um computador controle as ações como mexer o volante, acelerador, freio, câmbio e outras ferramentas de um veículo tradicional.
“[Adaptamos] um conjunto de sensores que permitem que o computador observe o ambiente ao redor do veículo e tome as decisões para dirigir o veículo efetivamente. Ele continua sendo um ônibus normal, pode ser dirigido por um ser humano, mas também pelo computador ao mesmo tempo”, explicou.
O veículo consegue fazer a detecção da presença de pessoas nos pontos, conseguindo fazer paradas nos locais necessários. Ele também apresenta o controle de porta para que não ocorra nenhum tipo de esmagamento de quem estiver entrando no ônibus. O sistema foi desenvolvido especificamente para fazer a interação com o passageiro.
De acordo com Guidolini, o sistema autônomo do veículo tem capacidade de reagir as condições do ambiente 20 vezes mais rápido do que o ser humano. Ele é capaz de perceber a situação e frear ou desviar de forma mais atenta. Além disso, o sistema não está suscetível a distração ou cansaço que são as falhas humanas que mais causam acidentes.
“Existe uma estimativa do Departamento de Transporte dos Estados Unidos que cerca de 94% dos acidentes são motivados por falhas humanas ou seja, un sistema autônomo evitaria todos esses acidentes”, contou.
Por mais que tenham diversos benefícios e testes que comprovem a segurança, o veículo ainda esbarra na barreira da legislação brasileira, que não permite a operação de veículos autônomos em vias públicas. Por isso, os criadores da tecnologia optaram por seguir com o produto de forma direcionada para os ambientes privados que são autorregulados, empresas como Vale, Arcelor ou Petrobras.
Além do carro, a empresa também conseguiu aplicar a tecnologia em caminhões, carros e aviões. No avião da Embraer, o sistema foi bem semelhante ao do ônibus para realizar as manobras de taxiamento da aeronave, sendo a primeira vez que isso foi feito em um avião comercial no mundo.
Confira a entrevista completa
