Dia a dia
Samuzinho: personagem do Samu conscientiza crianças sobre trotes
O personagem tem o intuito de conscientizar as crianças sobre a gravidade das ligações falsas, além de educá-las sobre o serviço de atendimento
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) está enfrentando um grave problema com trotes. A atividade que pode parecer divertida para algumas pessoas, pode custar a vida de outras, além de prejudicar o trabalho dos atendentes do serviço, que acabam perdendo o tempo com uma falsa ligação de urgência, ao invés de atender uma real necessidade.
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Durante o período de férias escolares esse problema se agrava. No entanto, passar trotes aos serviços de emergência é um crime previsto pelo artigo 266 do Código Penal Brasileiro, e o infrator pode pegar de um a seis meses de detenção. Além disso, crianças e adolescentes também podem ser punidos.
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O problema se torna grave ao olhar para os números. Só no Espírito Santo, em 2022, das mais de 600 mil ligações que o serviço recebeu, mais de 77 mil foram trotes, com uma média de 212 ligações de falsas emergências por dia. E somente em janeiro, julho e dezembro do ano passado as ligações falsas representaram 28,9% dos mais de 77 mil trotes. Ao todo, nesses meses, somam-se 22.432 trotes, uma média de 249 ligações/dia.
Em 2021 os dados foram ainda mais expressivos. Das quase 620 mil ligações recebidas pelo serviço, 103.386 foram de trotes. As ligações em janeiro, julho e dezembro representaram 23,2% do total de trotes recebidos ao longo de todo ano, com 23.989 ligações falsas. Isto é, mais de 260 ligações falsas por dia, só nos três meses.
Como conscientizar as crianças
Para tentar controlar esse transtorno, o Samu realiza serviços de conscientização sobre a gravidade do problema. Como meio de melhor se comunicar com as crianças, o serviço criou o “Samuzinho”, personagem dedicado aos pequenos. Dessa forma é possível possuir uma maneira de falar a mesma “língua” que a criançada.
O Samuzinho trabalha principalmente nas escolas e nas redes sociais. Ele faz vídeos em que apresenta o que é o Samu, de que forma se liga para o serviço em caso de emergência e o que acontece ao passar um trote. O enfermeiro do núcleo de educação permanente do SAMU Fillipi Almeida explica que parte do projeto é trazer as crianças para dentro do Samu, para mostrar a rotina e logística que acontecem desde uma ligação até um atendimento.
O enfermeiro Fillipi ainda explica que o trabalho feito pela equipe é voltado também para que os pais e responsáveis ensinem as crianças que o trote não é algo engraçado e que é um crime. “Em uma ação de trote, uma ou várias vidas podem ser perdidas”, diz.
Em entrevista para a rádio BandNews, a psicóloga e educadora parental Lícia Assbu, deu algumas dicas de como conscientizar as crianças sobre as ligações falsas, sem prejudicar o entendimento que elas precisam ter para pedirem ajuda ao serviço por meio do telefone. Ela sugere que tal informação seja passada de forma lúdica, como uma brincadeira, que os pais mostrem o que é um carro de ambulância, além dos contratempos de deslocar o veículo sem necessidade.
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