Qual é o real significado da Páscoa?

Quando falamos de Semana Santa aqui no Espírito Santo logo vem à memória a Torta Capixaba ou aquela moqueca tradicional da Ilha das Caieiras. Também é o foco do noticiário o aumento do preço dos itens da torta, bem como o ovo, ou o palmito, tão tradicionais para a nossa cultura.

E esse conjunto de itens fazem parte da Páscoa que, de longe, é a segunda data mais importante para o comércio depois do Natal, de acordo com a própria federação capixaba (Fecomércio). As vendas desse ano devem crescer em torno de 10% a 20% em relação ao ano passado, segundo o órgão.

Mas o real sentido da Páscoa está longe de ser comercial, por que essa data é uma lembrança específica para um homem chamado Jesus, da cidade de Nazaré em Israel. É para Aquele que no princípio era o Verbo, e Ele estava com Deus e era Deus. Um homem que nasceu em um local simples (uma manjedoura) e que foi perseguido logo depois que nasceu, pois havia rumores de que um menino já teria nascido rei.

A maior parte das informações que temos de Jesus são de quando ele já era adulto, principalmente dos 30 aos 33 anos de idade. Foram 30 anos de preparação, para que algo maior se cumprisse em 3 anos. Jesus, chamado Cristo, foi um grande líder e levou consigo multidões aonde ia. Ele curava, libertava e contava histórias que faziam as pessoas refletirem sobre os próprios atos. Jesus foi impedido de frequentar as Sinagogas dominadas pelos fariseus (seita mais rigorosa e mais influente dos judeus na época) e com esse ato decidiu espalhar a sua Palavra na rua.

Muito além de tudo isso, Jesus amava muito cada pessoa. E foi por amor que ele se entregou ao exército Romano para ser julgado e morto. A injustiça que ronda a história de Jesus é o fato de que ele foi condenado à morte de cruz, pior pena da época, sem ter cometido crime algum. Acima da cabeça dos que eram crucificados havia uma placa que indicava qual crime eles cometeram para merecerem aquilo. Na cruz de Cristo estava escrito “INRI” que quer dizer: rei dos judeus.

Como se já não bastasse o sofrimento de tortura antes da crucificação, Cristo foi pregado em uma cruz que não foi feita para ele (as cruzes tinham as medidas exatas do dono). Naquele dia, um criminoso chamado Barrabás era quem deveria ter sido morto, mas pela escolha do seu próprio povo, Barrabás foi solto e Jesus tomou o seu lugar na cruz. Poncio Pilatos lavou as mãos, pois sabia que estava acontecendo uma injustiça diante dos seus olhos. Jesus não reclamou em nenhum momento, nem se pronunciou.

Já na cruz, ele contemplou a ingratidão do povo que o insultava com palavras. Os líderes fariseus gritavam: “se solte daí, já que você é Deus!”, outros falavam: “salvou tanto aos outros e não consegue salvar a si mesmo”, até mesmo os ladrões que estavam ao seu lado o insultaram. E mesmo assim, Ele pediu que Deus nos perdoasse, pois não sabíamos o que estávamos fazendo.

Após várias horas exposto na cruzem um sol muito forte, Ele resolve entregar a sua vida a Deus e várias coisas aconteceram… o véu do templo se rasgou de cima a baixo, várias pessoas que não eram vistas há anos apareceram, um grande terremoto surge e o céu escurece repentinamente. Ao verem isso, todos aqueles que o insultaram são engolidos por um grande medo e confessam com certo arrependimento: “verdadeiramente Ele era o filho de Deus”.

Mas no terceiro dia, no domingo de Páscoa, as mulheres que cuidavam dos discípulos se dirigiram ao sepulcro de Jesus e lá encontraram um anjo que disse: “por que vocês procuram entre os mortos aquele que ressuscitou?”

A Páscoa nos faz refletir sobre a morte e ressurreição de Cristo. Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu único filho, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Feliz Páscoa!