Projeto da Ufes oferece aulas gratuitas de skate a estudantes com deficiências

Aula de skate para alunos com deficiência. Foto: Divulgação/Ufes

O Projeto Skate Acessível está com inscrições abertas para estudantes, specialmente as pessoas com deficiência (PcD), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Os interessados devem preencher este formulário a partir desta quinta-feira (14).

As atividades de ensino e prática acontecerão às quintas e sextas-feiras, das 8 às 9 horas (turma 1) e das 9 às 10 horas (turma 2), na quadra do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD), no campus de Goiabeiras. Serão oferecidas dez vagas em cada turma e as aulas terão início no dia 28 de setembro.

O instrutor será o tradutor intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) Rhayllander de Souza, estudante egresso do curso de Letras/Libras da Ufes e praticante de skate há mais de dez anos. Ele conta que o projeto da Ufes é derivado de outra ação, que vinha sendo oferecida por ele desde junho de 2020 em uma pista de skate na praia, em Vitória. “Sabendo que não havia atletas surdos skatistas, queria proporcionar a este público a prática dessa modalidade por meio de instruções a partir da língua deles”, ressalta.

O projeto foi interrompido devido à pandemia da covid-19. “A partir de então, passei a atuar pela rede social (Instagram), propagando informações sobre skate e acessibilidade”, frisou o instrutor.

No período do isolamento, Souza fez contatos com profissionais do CEFD e da Siac a fim de pensar em um projeto a ser apresentado na Reconecta – Conferência e Exposição Estadual de Inclusão e Acessibilidade, evento promovido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT/ES) que acontecerá em dezembro. “Depois disso, veio a iniciativa de montarmos este projeto de forma mais institucionalizada dentro da Ufes, uma vez que temos espaço e os instrumentos corretos”, explica.

Assim, a ação Skate Acessível foi estruturada pela equipe da Secretaria de Inclusão Acadêmica e Acessibilidade (Siac/Ufes), com apoio da Diretoria de Esporte e Lazer da Pró-Reitoria de Extensão (DEL/Proex). “O projeto busca democratizar o ensino e a fruição do skate para surdos e colaboramos incentivando esta ação”, diz a diretora da DEL, Paula Cristina Silva.

“O esporte não só colabora para a qualidade de vida de qualquer pessoa, como também é uma poderosa ferramenta de inclusão social”, avalia a secretária de Inclusão Acadêmica e Acessibilidade Déborah Provetti.

O projeto é coordenado pelo servidor da Siac Eduardo Cola. Ele acredita que as aulas vão melhorar o bem-estar físico, mental e social dos praticantes, em especial das PcDs que, segundo ele, costumam participar menos de atividades físicas regulares. “No caso de pessoas surdas, a principal barreira para a prática de atividades físicas não é uma questão física, mas sim a questão da dificuldade de se comunicar e interagir com pessoas ouvintes e que não dominam a linguagem dos sinais”, explica ele, ressaltando que a ação promoverá, ainda, a integração entre os estudantes com deficiência e os demais praticantes da atividade, uma vez que é aberto a todos os alunos da Ufes.

Durante as aulas, os praticantes vão aprender os princípios do skate, as nuances do esporte, os nomes das peças e, especialmente, a prática e as manobras. “Poder proporcionar aquilo que você gosta a outras pessoas é muito bom. Falando de uma pessoa com alguma deficiência ou especificidade ainda, é sem igual!”, celebra o instrutor.

PÚBLICO

Não há limite de idade para participar das aulas. A ideia dos organizadores é, futuramente, abrir o projeto para outras categorias da comunidade acadêmica. Além disso, em caso de grande número de interessados, a atividade pode ser transformada em projeto de extensão, beneficiando, dessa forma, PcDs do público externo.

O projeto Skate Acessível recebe apoio da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (Proplan), por meio de bolsa de Projetos Especiais de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Paepe). Os skates e capacetes, equipamentos necessários para a realização da atividade, foram doados pelo MPT/ES, em parceria firmada em 2018 em virtude do Reconecta.